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Nos tempos do vovô – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

11/11/2024 - 07:11

Um das tolices mais repetidas que me passaram pelos ouvidos foi aquela do: – “Ah, nos tempos do meu avô tudo era diferente”! Esse tudo era diferente significava que as pessoas eram honestas, não faziam as safadezas de hoje, que os avôs eram homens íntegros, despropósitos dessa ordem. Enganação pura. Aliás, na minha caixa de frases existe uma, atribuída a Thomas Fuller, religioso e historiador britânico, (1608/1661) – que diz que “A honestidade é uma linda jóia, mas está fora de moda…”. Veja bem, ele disse isso há séculos, imagine se o Thomas soubesse do mundinho de hoje, o que não iria dizer do despudor e da desonestidade que assumiram todos os poderes. Todos os poderes, eu disse… Nos enganosos “tempos do meu avô” havia sacanagens tanto quanto hoje, o vovô saia, por exemplo, dizendo que ia jogar cartas com os amigos e ia para o bordel, para as então chamadas “casas de tolerância”. O vovô não tinha nada de santo, enquanto isso a “vovó”, recém-chegada à casa dos 30 anos já tinha meia dúzia de filhos. E tem cabimento o que a maioria política faz hoje, e fazia no passado, antes e depois de eleitos? E por que fazem os abusos e os desaforos que fazem? Porque ficou tudo “normal”, até mesmo a pusilanimidade dos seus idiotas eleitores. Religiosos “furiosos” em pregações ordinárias, políticas e de toda sorte e por que razão? Para “ganhar” mais, os dízimos são poucos… E aí vem um parvo dizer que nos tempos do meu avô era melhor? O mundo sempre foi igual e não vai mudar, o que muda são os modos de ser safado, abusado e vovô… Não é por outra razão que o modo de ser das pessoas se chama de personalidade, palavra de origem latina, vem de ”persona”, que significa máscara. Tudo bem a propósito. E a quem duvidar da eternidade das safadezas sobre a Terra, recomendo que a pessoa abra um livro de História Universal, abra-o em qualquer página. Lá estará a história de uma guerra, de uma invasão, de uma pandemia, de escravagismos, de intolerância às mulheres, de tudo um pouco, o ser humano, sempre igual aos tempos do vovô que viveu mentido para a família. Velho sonso. Exceções? Talvez no purgatório. E não esquecer, o que é já foi e o que foi será…

REVOLUÇÃO

Será que podemos mudar este mundo moralmente torto? Podemos. Podemos pela revolução. Por uma revolução cultural enérgica, pais e mães educando severamente os filhos para a honestidade e o respeito, escolas fazendo o mesmo, políticos passando antes por testes de honestidade e judiciário sem fazer “jogadas”, ou fingir não vê-las entre seus pares. Mudando assim podemos melhorar um pouco este mundinho lesado pelo torvelinho de todos os tolerados crimes de hoje. Duvido.

VIVER

Ela está ali no canto. Ela quem? Uma edição de revista da Seicho-No-Ie, um formidável resumo da filosofia japonesa, sou amante. Numa página, a manchete: O Significado da Alegria de Viver. Vou ficar com o meu vezo, o que é alegria de viver? Ser simples, desapegado, ter amigos/amigos, viver continuadamente um propósito e cair fora desse balaio de idiotas da chamada sociedade moderna, sociedade de enganosas aparências. Nada mais.

FALTA DIZER

Um robô bem ativo, fala, ouve, entende, dá todas as respostas adequadas… Você o aceitaria como seu enfermeiro 24 hs numa UTI? Esse robô já existe, mas duvido que alguém o aceite como companheiro em horas especiais. Então, trouxas da enchente, a I.A vai só até ali à esquina. Bobos da corte!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.