Acabei de ler uma notícia que me fez pensar. É uma questão que envolve a todos nós. Antes de dizer do assunto, vamos fazer de nós mesmos um juízo de valor. Vou perguntar a você, leitora, e a você, leitor: – “Você nunca se achou melhor que outras pessoas, elas ou eles? Uma comparação feita em vários e diferentes momentos? Será que você nunca se comparou e se viu melhor que outras pessoas”? Vou responder por você, respondendo por mim: claro que sim. – Ah, mas quem és tu para dizer do que penso? Somos assim, não vamos mudar. E essas comparações, que podem parecer agressivas, são comparações que muitas vezes nos fazem abrir os olhos e crescer, afinal, o que seria do mundo se fôssemos todos iguais? A notícia de que falei dizia assim na manchete: – “Lei da igualdade salarial ainda é questionada na justiça, e STF não tem data para julgar”. Essa pretensa lei objetiva igualar o salário de todas as pessoas que façam o mesmo tipo de trabalho. Sim, coisa muito boa para os medíocres, para os que produzem menos, mas no mesmo poleiro… Dizendo isso, lembro-me dos meus tempos de narrador esportivo. Num dos prefixos onde trabalhei como narrador de futebol, éramos sete profissionais da narração. O narrador titular era bem melhor que a maioria, e aí, será que ganhava igual aos outros? Vale para os médicos, por exemplo. Será que um médico competente, ético, altamente qualificado deve ganhar o mesmo que um recém-formado? Bolas, tiremos a hipocrisia do caminho. Será também que alguém vai igualar o salário de um general ao de um jovem recém-incorporado? Ué, são funções iguais, são “soldados” todos os militares… Não, não. Os pretensos representantes do povo, a estupenda maioria dos legisladores cumprimenta com o chapéu alheio. Eu queria vê-los propor tal tipo de lei se fossem empresários, donos de empresas. Imagine no futebol o Messi ganhando o mesmo salário do “Carlinhos”, recém-promovido dos juvenis para o time titular… Não, nada disso, igualar os desiguais é desigualdade flagrante e não igualdade real, dizia Rui Barbosa. Ademais, não é nada ruim termos exemplos a seguir, sonharmos a eles um dia nos igualarmos em qualidade. A porta das possibilidades está aberta, sempre, aos obstinados, não aos que querem colher sem plantar.
DIFERENÇAS
Por que tantos flagelos emocionais no mundo “farto” de hoje? Antes de tudo, porque a maioria das pessoas não sabe diferir profissão de vocação. Profissão é o que faz a maioria, um trabalho obrigatório e só por dinheiro… Vocação também é um trabalho, mas alicerçado pelo gosto, pela paixão. E quem segue sua vocação, uma inspiração que vem de dentro, é mais feliz, a começar por melhor saúde. Porém… Infelizmente é destino de poucos, a maioria patina numa “profissão”…
SER
Todos queremos ser, ser alguma coisa, porém… Muitos esquecem que é impossível ser igual à outra pessoa, podemos ser, isso sim, levemente parecidos fisicamente, não mais. A pessoa que quer crescer na vida deve saber que tem que crescer dentro dela, com suas potencialidades, com suas habilidades, com seu jeito de ser, enfim, tudo sempre melhorado, dia após dia. Fora disso, a pessoa vai acabar na fila dos néscios, a fila dos “seguidores”…
FALTA DIZER
Fala, se queres que te conheça? Cuidemo-nos, a aparência também é tão eloqüente quanto à fala. Ontem, numa entrevista de tevê, apareceu uma jovem psicóloga com dois piercings no nariz. Ela passou uma mensagem: insegura e bobona. Vai passar segurança a outras pessoas como? Coitada, “órfã”…