Na última sexta-feira, o governo Donald Trump retirou as sanções que haviam sido impostas ao ministro Alexandre de Moraes, à sua mulher e ao escritório de advocacia da família. O próximo movimento do governo americano deverá ser a liberação dos vistos, não apenas de ministros do Supremo, mas também de outras autoridades brasileiras.
Na virada do ano, estará tudo zerado e, muito provavelmente, o presidente americano também vai derrubar as tarifas que foram aplicadas ao Brasil. Parte delas, aliás, já caiu. Tudo isso deixa muito claro que não havia nenhum comprometimento do presidente Trump com lideranças políticas de direita no Brasil, e sim exclusivamente business, negócios.
O que estava em jogo convergia para questões comerciais e econômicas. Como o governo brasileiro acenou ao governo americano com as terras raras e com todos os interesses do presidente Trump nessa direção, então ficou tudo resolvido.
O brasileiro que estava colocando muita fé no sentido de que o presidente americano iria resolver os problemas domésticos do Brasil precisa, definitivamente, tirar o cavalinho da chuva. O argumento de que isso ocorreu porque a dosimetria foi aprovada na Câmara e, possivelmente, nesta semana será votada no Senado, com a perspectiva de que haverá redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, é lorota, bobagem. As decisões de Trump nada têm a ver com isso.
Pragmático
Essa é a grande realidade. O governo Lula jogou no pragmatismo e está acertando os ponteiros com Trump, independentemente das diferenças ideológicas, programáticas e políticas. Simples assim.
Problema doméstico
Agora, o brasileiro precisa colocar na cabeça que os problemas enfrentados hoje no país só serão removidos ou solucionados pela ação dos próprios brasileiros. Já registramos aqui diversas vezes: há um consórcio devidamente formalizado entre o Supremo e o Planalto, e isso ficou, mais uma vez, evidenciado, ratificado e confirmado na própria sexta-feira, quando, de público, o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes, agradeceu ao presidente da República pela retirada das sanções contra ele e sua mulher. Veja o grau de dependência mútua e de interação absoluta.
Figurinhas
Esse mesmo Supremo que tirou Lula da prisão e o colocou na Presidência da República, com Moraes comandando as eleições, está recebendo a retribuição em relação ao ministro e às demais supremas togas, no que diz respeito aos vistos americanos. Estão jogando em dobradinha, sem o menor constrangimento, à luz do dia, tudo às claras.
Vergonha na cara
Ou o brasileiro toma vergonha na cara e definitivamente ocupa o asfalto para se posicionar diante disso, diante dessa justiça seletiva, parcial, capciosa e facciosa, ou tudo continuará como está.
Repetindo o passado
Inclusive, em relação a 2026, se há intenção de mudar o atual estado de coisas — de perseguição a um segmento político e proteção de outro — é preciso que a sociedade comece a reagir agora, a se posicionar agora, a ter uma postura efetiva e clara agora. Sem isso, o que vai ocorrer lá na frente, em outubro de 2026, será a mesma coisa que ocorreu em outubro de 2022.
Tratorando
Novamente, a esquerda ganhará a eleição, porque há claramente um projeto de poder com o envolvimento dos poderes Executivo e Judiciário em favor de um segmento da política nacional, de esquerda, na figura de Lula da Silva.
Quem se importa
Por maiores que sejam as revelações de corrupção, de desmandos e de descontrole econômico-financeiro do governo, de desemprego e do poder aquisitivo sendo aniquilado, não adianta. Apesar de tudo isso, se o povo não ocupar as ruas, vamos vivenciar o prolongamento dessa situação absolutamente insustentável sob o aspecto institucional. O quadro é cristalino.