Não saber o que fazer – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

19/04/2024 - 07:04 - Atualizada em: 19/04/2024 - 08:05

Os que já estudaram Psicologia ou passaram por psicoterapias sabem o que são os “mecanismos de defesa do ego”. Ego é a nossa consciência, mas uma consciência que apenas faz-nos viver o que um dia nos foi “ensinado”. Achamos que tudo nasceu de nossa cabeça, todavia, nossos apreços, gostos, fúrias, ódios, tudo vem de razões inconscientes. Nossos preconceitos não são coisas genuinamente nossas, são valores que nos foram empurrados goela abaixo de modo inconsciente para nós. Pais e mães ou correlatos fizeram isso, tudo no nosso período de molde, que vai do nascimento até aos cinco anos, seis anos. A criança ouve, vê e assimila, ela não tem juízo de valores. Crescemos assim. Todos nós temos problemas, não há quem escape. E onde está a solução desses problemas? – “Ah, Prates, se eu soubesse já tinha dado um jeito neles”! Desculpe-me, desculpe-me dizer na lata que a solução dos nossos problemas, dos seus, dos meus da mãe Joana, está na ponta do nosso nariz. Nossos protetores mecanismos de defesa do ego fazem de tudo para evitar que soframos. E com essa falsa proteção recalcitramos, continuamos no escuro, mas no bem-bom… Ou será que alguém é tão aéreo que não saiba que problemas familiares têm solução? Casamentos encrencados, problemas no trabalho, falta de dinheiro, amigos falsos, saúde combalida, tudo tem solução, pelo menos uma solução que nos vai aliviar as fúrias e os inconscientes sentimentos de culpa. Se a solução dos nossos problemas está na ponta do nosso nariz, nós é que não a queremos ver. Claro que será preciso uma ação, uma decisão, mas que tem solução tem. Mas é preciso um ato de consciência e as ações adequadas para darmos fim aos nossos problemas. Orações labiais não produzem milagres, os Milagres são produzidos por ações, obstinações e fé em si mesmo. Quantas pessoas passam anos e anos achando que têm saúde boa, que não precisam de cuidados? De repente, sem aviso prévio, puft, lá se foi a pessoa aparentemente saudável. Descuidou-se dos avisos do corpo, achou que estava tudo bem… Quantos e quantos? Tudo na vida nos passa sinais, sinais com sirenes altas ou discretas, mas… Sinais. A solução dos nossos problemas está na ponta do nosso nariz, mais das vezes fingimos não ver, não saber. Vai ter um preço.

VIDA

Guardo frases boas. Esta foi dita por Dom Helder Câmara, arcebispo cearense, 1909/1999… – “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver”. Frase sagaz, uma lembrança para a maioria dos desatentos, dos que sonham com aposentadoria, com prêmios de loterias e viver na moleza, tipos molengas. São os que mais se queixam da sorte na vida, os vazios. Ter propósitos e viver por eles até o ponto final. É a felicidade.

ANESTESIA

A mais danosa anestesia é a da consciência social. Estamos sendo torpedeados todos os dias por notícias de horrorizar. Mas que não horrorizam, as pessoas dizem simplesmente que nada podem fazer. Podem fazer tudo, tudo depende só do povo. Tem cabimento um canalha matar uma guriazinha de sete anos, filha de sua ex-parceira? Barbarismo por vingança à ex. E o que vai acontecer com ele? Nada, no Brasil, nada.

FALTA DIZER

Se as famílias puxarem severamente as rédeas da educação dos filhos, se as escolas fizerem o mesmo as coisas mudam. Claro, também com a certeza da aplicação da lei penal, incondicional, os “amiguinhos” da Justiça, os ricos, não podem ser poupados. Se forem “poupados”, o povo que reaja, só o povo tem poder, é poder.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.