Não, não adianta tentar correr para o passado. Ninguém vai conseguir voltar ao caminho um dia percorrido. O passado é um caminho que fizemos, mas ao tempo em que o estávamos fazendo ele ia se apagando. E o que é que fica? Não mais que lembranças, boas ou más. Digo isso, leitora, porque volta e meia alguém me procura ou me encontra por acaso e tão pronto iniciamos aquela conversa que devia ser meramente uma cortesia, a pessoa começa a contar de suas encrencas na vida. Gosto da confiança que essas pessoas me passam, são pessoas que me conheceram pelas colunas, pelo rádio e pela televisão. Sem falar nas que me ouvem em palestras. Gosto dessa confiança. E o que sempre noto é que todos, todos mesmo, que estão com alguma corda no pescoço prendem-se ao passado. Aos bons momentos do passado. Dia destes ouvi o desabafo de um viúvo, sujeito bem sofrido pela ausência da mulher, sua companheira de muitos anos. Outros choram por empregos perdidos. Há os que se lembram da boa saúde que tiveram ou mesmo dos tempos em que viviam com os pais… Os lamentos são de toda sorte. Nada de novo. E era aqui que eu queria chegar, as pessoas se prenderem ao passado, aos dias “ensolarados” que viveram. As pessoas se prendem a esse passado, suspiram por ele, querem-no de volta, de um modo consciente ou não. Perda de tempo. O passado não volta. E quem está bem no aqui e agora não soluça pelo passado, não há razão. Voltamo-nos para o passado quando o capeta da vida está nos incomodando agora, neste momento. Voltar-se para o passado nos maus momentos de agora é estultícia, jamais uma saída. É sofrimento maior. Só podemos melhorar a nossa vida olhando para frente. E como nada sabemos do futuro, por que não sonhá-lo agradável? Não há saída para as nossas encrencas de hoje senão olhar para frente, levantar da cadeira do sofrimento e chutar o balde das lágrimas. O que há de bom está a nossa espera, mas… Precisamos ir até esse bom. Ele está em alguma esquina da nossa vida. Mas nunca o iremos encontrar chorando, suspirando pelo que passou… Para o bem ou para o mal, o passado passou. Quanto mais nos voltarmos para ele, mais soluços. Inúteis.
OCASIÕES
Vivo dizendo, a ocasião não faz o ladrão, a ocasião revela o ladrão. Ouça esta manchete do UOL, dia destes: – “Casa de prostituição lota em dia de encontro de prefeitos em Brasília”. Seriam todos os frequentadores solteiros? E depois, muitos desses safados voltam para casa “sujos” e fazem “uso” das esposas. Há muitos anos em Gramado, RS, houve um encontro de “doutores” da Lei, não vi nenhum “doutor” de aliança. Que interessante, todos solteiros… Não sejam trouxas, mulheres!
DESCARO
Vou esperar por uma explicação pública, arrazoada e esclarecedora sobre esta manchete que acabo de ler: – “Bancada Evangélica busca Planalto para aumentar imunidade tributária a igrejas até na conta da luz”. Imunidade tributária? Um dono de barzinho, pobre, sofrendo para sobreviver, tem que pagar todos os impostos e mais um. Sem arreglo. Como podem igrejas do dízimo ter imunidade tributária? Quem deu essa imunidade? Todos iguais ou… O bicho vai pegar…
FALTA DIZER
Manchete ingênua da BBC Brasil – “Drogas alucinógenas eram usadas há 3 mil anos na Europa”. Sempre, desde o primeiro humano sobre a terra, os frouxos buscaram e buscam alucinógenos para anestesiar suas fraquezas, medos e impotências. É por isso que as drogas são um grande “negócio”…