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Na ponta do nariz – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

03/09/2024 - 07:09

Sim, na ponta do nariz é a resposta que dou a quem me pergunta onde mora ou se encontra o sucesso na vida. Bolas, o sucesso está na ponta do nariz. Mas reconheço que é um pouco difícil enxergarmos a ponta do nariz, é preciso de espelho para isso, o espelho da consciência. E digo pensando naquele jovem, um pouco mais que um menino, favelado do Rio de Janeiro que foi “descoberto” pela imprensa e virou um “Sucesso”. Por que sucesso? O jovem vende doces feitos em casa por ele mesmo, ele que se intitula doceiro, confeiteiro. O cara faz os doces e vai vender na praia. Praia, como Copacabana, cheia de turistas, de estrangeiros, de pessoas que falam línguas “estranhas”. E como esses turistas têm mais dinheiro que o pessoal da cidade, o garotão não pensou duas vezes: foi estudar francês, inglês, alemão e espanhol, os idiomas mais comuns no Rio de Janeiro. Foi fazer e vencer, vencer de um modo tão retumbante que o rapaz foi objeto de reportagens de todas as tevês, recebeu inúmeras ofertas de emprego e três universidades ofereceram a ele estudos gratuitos. Um sucesso. E quem vê o garotão falando os idiomas dos turistas não acredita, mas é a mais santa das verdades, até por que não seria possível mentir, enganar. E como ele aprendeu esses idiomas? Estudando por ele mesmo, o que hoje é tão fácil quanto coçar o nariz… Agora, fique claro, estuda e aprende quem se dispõe a isso, a maioria gosta de desculpas e mentiras bem pensadas. Safados. Baita maioria. Já falei aqui do fundador do Bradesco, Amador Aguiar (1904/1991) que não estudou além do quarto ano primário, família pobre, dificuldades de todo tipo, mas ele lia jornais “velhos” durante a noite, jornais que ele pegava dos vizinhos, era um garoto. Leu tanto sobre Economia, o de que ele mais gostava, deu no que deu: fundador de uma dos maiores bancos do Brasil. Bom, não vamos longe, nossos medalhistas olímpicos são todos de origem pobre, os “bem-nascidos” não têm tempo para esforços disciplinados, bem orientados e realizadores na vida. Preferem camas prontas, os bebês. Ninguém, por pobre que seja, está proibido de crescer e ser. O resto, desculpistas de uma figa!

VIVER

O mundo está enlouquecido. Pessoas jovens, bem encaminhadas na vida, sucesso mesmo, todavia, emocionalmente transtornadas, e não escondem. O que está acontecendo? Simples: vida em rebanho, todos têm que ser curtidos, admirados, invejados, insanidades comparativas de toda sorte. As pessoas estão se proibindo de ser o que são, precisam estar no “rebanho” e acabam se lascando. Além, é claro, da orfandade de pais vivos e ausência de “Amigos”.

TIKTOK

Grosso modo, precisamos de bem pouco para viver bem, todavia, estamos no mundo do mais e mais e mais. Jovens chineses então agora num movimento no Tiktok pregando o desapego e o consumir menos. Para que mais e mais? Para a infelicidade, dizem eles. Despegar-se, não dar bola aos “haters” e viver a vidinha, e assim passarão a viver um vidão. Coitados, perdem tempo…

FALTA DIZER

Se eu não tivesse ouvido e visto a postagem não acreditaria. Uma candidata paulista tem o nome de Paula. O promocional dela entra no rádio, promessa daqui, promessa dali e no final um homem ergue a voz e diz: Paula Dentro. Dentro da câmara de vereadores, mas no jeito de falar fica – “Pau lá dentro…”! Pode isso? Vão dizer que é a minha cabeça que é suja? Safados. Cassação prévia.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.