A decisão de desativar a Escola Estadual Darci Franke Welk para expandir as turmas do Colégio Militar, embora prontamente contestada pelo poder legislativo, levanta questionamentos sobre a eficiência do planejamento educacional no Estado. Apesar das promessas de que nenhum aluno ficará sem matrícula, o episódio expõe uma prática comum em muitas administrações públicas: o ‘ajeitograma’, termo que ironiza a falta de soluções estruturais dignas e duradouras, em favor de remendos temporários. É inegável que a ampliação de vagas em instituições militares atende a uma demanda crescente por esse modelo de ensino, especialmente em Jaraguá do Sul, onde a comunidade reconhece os benefícios dessa modalidade. No entanto, é preocupante que, em vez de expandir a rede educacional de maneira abrangente e planejada, a solução encontrada tenha sido, simplesmente, deslocar uma escola regular. Isso gera uma falsa sensação de progresso, quando na verdade estamos apenas maquiando e redistribuindo o problema. A promessa de um futuro melhor não anula a realidade presente de falta de estrutura, sobrecarga de escolas regulares e carências estruturais em certas unidades. O que o episódio expõe é uma visão de curto prazo, onde decisões urgentes acabam sendo tomadas sem uma análise profunda dos impactos na comunidade escolar. A sociedade espera mais do poder público, especialmente na área da educação, que é a base do desenvolvimento social e econômico de qualquer nação. A construção de escolas, a melhoria da qualidade de ensino e a adequação de estruturas precisam ser tratadas como prioridade absoluta, e não como um item que pode ser ajustado conforme as circunstâncias. A educação não pode ser uma área de concessões e improvisos. O futuro de milhares de crianças e adolescentes depende de um sistema educacional sólido, bem planejado e, acima de tudo, acessível a todos.