A música, como eco da alma, transcende palavras, toca o coração, molda experiências e define jornadas, ou seja, impacta impávida e colossalmente a vida
O sonho de infância de meu pai EMÍLIO DA SILVA JÚNIOR era aprender bandoneón (“bandonho” no dialeto jaraguassulense), mas seu pai, EMÍLIO DA SILVA, dizia que este era instrumento “de vagabundo, de bêbado”.
Restou ao meu pai aprender violino e o fez muito bem, pois já em seus primeiros momentos de Florianópolis, adolescente imigrante do interior, ganhava uns trocados e matava a fome, de madrugada, fazendo muitas serenatas em casas de “moiçolas”, sob encomenda de rapazes interessados nelas.
Anos depois, ele assumiria como “primeiro violino” (Spalla) das Orquestras Sinfônicas de Blumenau, Florianópolis e Curitiba, posição esta que atrairia a minha mãe DIDA (Onilda Kodzinzki Cardoso Da Silva), ela rica, pelo pobretão EMÍLIO.
Mais adiante, Advogado Tributarista brilhante, EMÍLIO tinha o seu escritório anexo à nossa casa e escutava em sua radiola, o dia todo, música a todo volume, enquanto trabalhava em suas defesas. E muitas vezes, tango, cujo instrumento spalla é o bandoneon, sonho de infância dele, portanto, nunca “evaporado”, a ponto de uma vez por ano ele ir a Buenos Aires, para comprar novos discos de vinil.
E eu herdei este gosto pela música, desde quando meu pai me levou, ao nascer em casa, ainda enrolado em fraldas, até a sua radiola e me fez escutar a 5ª Sinfonia de Beethoven. E, “contaminado”, uma vida inteira sempre estudei ao som de música e, há muito, minhas escritas (pod casts, colunas e artigos) são todas produzidas sob fundo musical !!!
Por falar em Beethoven, há 200 anos, no dia 07 de maio, acontecia a estreia de uma das suas mais famosas sinfonias, cujo quarto e revolucionário movimento ‘Ode à Alegria’, com solistas e coral, transformou-a na sinfonia que reina até hoje, e provavelmente nos próximos séculos, como obra máxima da música ocidental.
A 3ª (“Eroica”) e a 9ª Sinfonia (“Ode à Alegria”) foram duas das músicas suas mais manipuladas politicamente nos últimos dois séculos. Na República de Weimar, os comunistas celebraram a “Eroica” como obra revolucionária, enquanto os nazistas ouviam nela uma representação do poder militar. E, em 1989, marcando o final da União Soviética e da guerra fria, bem como da separação, por décadas, das duas Alemanhas, a comemoração incluiu, junto aos destroços do muro nefasto, Leonard Bernstein regendo a “Nona”. Ainda mais: hoje, a 9ª Sinfonia é o hino da União Europeia.
Ironicamente, Beethoven era rabugento, fracassado no amor e acossado por “n” doenças, inclusive surdez. Parece, então, que a única satisfação real da vida dele era a alegria de esquecer-se de suas dores pelo êxtase de criar músicas. E a impavidez (destemor ante tristezas) deste gênio produziu colossos clássicos que nossos ouvidos agradecem.
Está comprovado que a música é capaz de provocar os mais diversos efeitos e respostas em nosso corpo, pois ouvir ou aprender música desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, gera a sensação de bem-estar, facilita a concentração e o raciocínio e fortalece a memória, além de aperfeiçoar nossa noção de tempo e espaço.
Já nos primórdios da história, Platão (428 – 348 a.C.), com a música grega acompanhando os cidadãos em todas as atividades cotidianas, tanto religiosas como sociais, dizia que a música tinha o poder de influenciar a formação do caráter de uma pessoa, o comportamento de um povo e afetar, até, a vida política. Em “A República” ele escreveu que a simples presença de uma música ruim, corromperia a alma de um cidadão e, em “As Leis”, que as pessoas assemelhar-se-ão às músicas que elas apreciam e não a qualquer música que ouvirem.
Enfim, a música como eco da alma, transcende palavras, toca os cantos mais profundos do coração, molda nossas experiências e define nossas jornadas, ou seja, nos impacta muito.
Em outras palavras, a música – na vida, no trabalho e na sociedade – é um impávido colosso !!!
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Emílio Da Silva Neto
PhD/Dr.Ing, Pós-Doc
Ex-Professor Engenharia Mecânica UFSC
Ex-Diretor Superintendente WEG Acionamentos
Ex-Diretor da FECIAL Alimentos
Cofundador da ARCO-ÍRIS Alimentos
Conselheiro e Consultor Empresarial Familiar
Qualificando a Professor e Orientador Técnico da FDC-Fundação Dom Cabral
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