Vivemos da comunicação, seja da comunicação que for, ninguém escapa, aliás, Chacrinha, o inesquecível e debochado apresentador de televisão, dizia que quem não se comunica se trumbica. Incontestável. E pela comunicação nos “entregamos”, nos revelamos, queiramos ou não. Por mais teatrais que sejamos ninguém vai enganar o delegado na delegacia, não adianta o safado chegar contando histórias, vai acabar se revelando. Uma frase inesquecível que guardei comigo desde os tempos do império romano da minha vida é esta: – “Não existe assunto desinteressante, o que existe é pessoa desinteressada”. Bem discutível essa frase, guardei-a para um dia contestá-la. Sim, existem pessoas desinteressadas como existem assuntos desinteressantes. Assuntos desinteressantes? São, por exemplo, os assuntos tratados em encontros familiares ou mesmo em visitas de amigos ou a amigos. Mais das vezes, assuntos pra lá de desinteressantes, conversas chatas sobre a vida alheia ou sobre rotinas sem graça deste ou daquele que está na roda de conversas. Para mim, assuntos interessantes são aqueles que de um modo ou de outro atinjam a todos. Se este ou aquele não quiser ouvir é problema dele ou dela, mas sempre por razões óbvias: são pessoas nem aí… Muito difícil de motivar a todos, mas se o assunto couber na vida cotidiana dos ouvintes, ah, vão prestar atenção sim. Não raro, alguém tem um bom assunto, mas o verbaliza de um modo ou elevado, sofisticado – baita equívoco – ou sem o devido teatro ao falar. Encurtando a conversa, o que mais temos que lembrar nos encontros sociais é que muitos do grupo só querem falar ou ouvir do que lhes interessa de imediato, esquecendo que ouvir com atenção pode ser a grande lição para corrigir equívocos na vida. Já foi dito que os sábios aprendem com os tombos alheios, não precisam cair para aprender. Os sábios, eu disse, já o rebanho vive levando tombos e parece não aprender. Ah, quase esquecia, nos casamentos, mais que a cama, a conversa entre os pombinhos é o grande alicerce dos acertos, mas… Pode ser também o estopim dos conflitos. Não se vence uma discussão com ela ou com ele, a discussão se vence evitando-a. E fique claro, todas as separações começam por palavras ditas de modo inoportuno, palavras erradas e, mais que tudo, inesquecíveis para quem as ouvi-las. Pssss…!
PRECAUÇÃO
Diz o ditado que “o seguro morreu de velho”. Vale dizer, não esperar a chuva cair para saber onde está o guarda-chuva. Os governos brasileiros (governos?) não investem em saúde e educação, logo, é preparar-se o casal para ter dinheiro para a educação dos filhos e, mais que tudo, para a saúde. Porque, cá pra nós, a saúde pública brasileira está debaixo da ponte, faz muito tempo. Prometem, prometem nas campanhas e depois “esquecem” das promessas. Você conhece alguma exceção? Olho vivo.
CONSELHO
O conselho não é meu, é da aviadora brasileira Dayana Souza: – “As emergências para as quais você treina raramente acontecem. A emergência para a qual você não treinou é a que poderá matá-lo”. É bom pensar nisso antes da velhice, depois será tarde e muitos arrependimentos, digo eu.
FALTA DIZER
A pior mão estendida é a mão estendida da ignorância. Em todas as feiras de livros do Brasil há uma comprovada queda de consumo de livros, cada vez menos leitores e leituras. De onde as pessoas vão tirar idéias, vão ter o que pensar e crescer por meio de uma cabeça bem nutrida? Ah, entendo, estão nas bets e nos tiktoks! Sim, melhor é falar sobre o tempo…