Ouço muitas pessoas “gemendo”: – “Ah, quero ter paz na minha, do jeito que as coisas estão não agüento mais”! Várias razões para esse gemido. Muitas dessas razões crescem na própria pessoa por seus valores na vida, por seus relacionamentos e por suas vivências nas redes sociais. Nunca como hoje tenho ouvido tanto pessoas falando mal de idosos. – “Ah, meu avô está caduco, meu pai está lelé, minha tia anda fora da casinha…”! Frases desse tipo. E esta é a questão que me traz à nossa conversa de hoje, assunto repetitivo, porém… Fazer o quê? Se alguém lhe perguntar quem você é, o que dirá? Vai dizer o seu nome, sua profissão, o trabalho que faz, o clube para o qual torce, o partido em que vota, coisas, enfim, que envolvem nós todos. O que você fez diante da pergunta? Usou da memória. E era aqui que eu queria chegar. Por que o vovô ou o pai está “caduco”? Porque, com freqüência, não se lembra de nomes, endereços, referências da vida, da vida que a pessoa viveu ou mesmo está vivendo. A memória está debilitada. E de onde vem essa debilidade? Raramente vem da idade, costuma vir do embotamento da memória. Somos nossa memória, nada mais. Sem a memória não sabemos nem do nosso nome, o dinheiro passa a valer nada, o diploma é uma mera folha de papel, tudo desaparece na pessoa que teve a memória afetada. Uma afetação, freqüentemente, por negligência. Multidões de desocupados todos os dias nas redes sociais postam de tudo um pouco, ganham falsos aplausos, mas não lêem jornal, não pegam um livro, nada, só futilidades e tolices. Nossa memória é um arquivo, ela precisa de “nutrição” permanente, novos conhecimentos e utilização desses aprendizados. A memória é uma máquina, precisa de combustível e uso. Cada vez menos pessoas nutrem e usam a memória adequadamente. Vão ser pessoas “caducas” bem cedo, ou já são… Harmonizações faciais sabem pedir, mas nutrir a memória e usá-la com qualidade, ah, isso não é preciso. É o descuido mais comum na sociedadezinha em que vivemos. A sociedadezinha dos levianos das redes sociais, sem novos e indispensáveis nutrientes mnemônicos. Sem boa memória não existimos. Quanto mais envelhecemos, mais nutrientes e usos devemos dar à nossa memória. De outro modo, é morte em vida.
REPETIÇÃO
Vivo falando aqui e por todos os cantos por que passo sobre o endividamento desnorteante por que estamos passando no Brasil. Endividamento de famílias. E agora surgiu uma manchete bem pontuda. Essa manchete, do IBGE, diz que Santa Catarina assumiu a liderança brasileira em endividamentos, estamos na base dos 32,9 % da população endividada. O que pode explicar? Cada família tem sua resposta. Mas que não digam que é por causa dos juros altos…
MÚSICA
Ouça este desabafo do Dori Caymmi, consagrado músico brasileiro: – “A música brasileira está doente com tanto mau gosto”. Concordo, Caymmi. Culpa, antes de tudo, é do gosto popular. O povão nunca ouve música orquestrada e muito menos a chamada música clássica. A emissora que fizer esse “teste” vai descobrir um mundo novo de audiência. E incontáveis ouvintes vão dizer: – Meu Deus, nunca tinha ouvido coisa tão boa!
FALTA DIZER
Vem aí o Dia das Bruxas, o Halloween Party, dos americanos. Uma festa deles, mas importada pelos que não se respeitam. Dia das Bruxas? E por que não Dia dos Bruxos? Porque só as mulheres são bruxas? Já não bastou a estultícia de terem inventado Eva como pecadora? É hora de bater na mesa, mulheres!