Santa Catarina continua mobilizada em busca da mitigação dos efeitos do tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as exportações de produtos brasileiros. O setor madeireiro, um dos mais atingidos, exige atenção especial, sobretudo no Planalto Norte, onde estão ao menos 398 empresas. Em Canoinhas e Três Barras, mais de 40% do que se embarca têm como destino o mercado americano. São quase 100% das vendas externas dessas cidades e a sobretaxa vai comprometer empregos, investimentos e competitividade. O deputado federal Valdir Cobalchini (MDB), que representa a região, já esteve com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; e com sua equipe técnica, e agendou audiência na embaixada dos EUA. “Vamos buscar sensibilizá-los da importância de que as tarifas voltem ao patamar de 10% em que sempre estiveram. Com a taxação de 50%, não temos a menor chance de competitividade”, ressaltou.
Interferência
Para Cobalchini, a política não deve interferir nas questões econômicas: “Temos que deixar a política para o seu tempo, as eleições para o seu tempo. Neste momento, que se priorize a tentativa de salvar os milhares de empregos que nós podemos perder, por posições pessoais, de gente que olha o seu próprio umbigo, sem pensar na questão maior, que é o país”, alfinetou.
Fiesc
Reunião virtual entre a Fiesc e o Consulado-Geral dos EUA em Porto Alegre serviu para chamar atenção de que o mercado norte-americano pode enfrentar alta de preços. O presidente eleito da Fiesc, Gilberto Seleme, que é do setor madeireiro, destacou que as tarifas já estão gerando a transferência de empregos do Brasil para a Ásia. “As taxas nos tiram da competição”.
Pesquisa
No encontro entre a Federação das Indústrias de SC e os diplomatas americanos, a entidade também apresentou o resultado da pesquisa realizada com indústrias exportadoras catarinenses sobre os efeitos da elevação das tarifas. As informações serão repassadas à Embaixada norte-americana em Brasília e às partes interessadas em Washington.
Semente

Foto: Divulgação/André Neiva
O senador Esperidião Amin, no encontro com Geraldo Alckmin, lembrou de produtos que igualmente merecem atenção nesta guerra tarifária: “Precisamos cuidar de setores como pescado, compressores, motores elétricos, blocos de motores, toda parte metal-mecânica que exportamos. Nos EUA, falamos com parlamentares e empresários e plantamos uma semente”.