Mobilização Minguante do PT – Claudio Prisco Paraíso

Foto: Divulgação

Por: Claudio Prisco Paraíso

11/05/2024 - 06:05

 

Já comentamos aqui que o Partido dos Trabalhadores teve a primazia das grandes mobilizações nacionais, exceto pelas “Diretas Já” em 83-84 e algumas outras movimentações populares. Sempre coube aos petistas colocar o povo na rua.

No entanto, após a chegada ao poder e com o advento do mensalão, do petrolão e da Lava Jato, esse acúmulo de denúncias e práticas de corrupção fez com que o PT perdesse completamente sua capacidade de mobilização. Isso ficou evidenciado na concentração que tentou contrapor-se ao evento de 25 de fevereiro na Avenida Paulista, onde a direita reuniu mais de 700.000 pessoas. O PT convocou na própria Paulista uma mobilização de apenas 1000-1500 pessoas, consideradas poucas e ainda com a oferta de mortadela.

 

Lula e o Primeiro de Maio

Recentemente, no Primeiro de Maio, Lula da Silva, presidente da República pela terceira vez, participou de um evento do Dia do Trabalho e, segundo a USP — entidade acadêmica considerada esquerdista —, contabilizou 1.600 pessoas. A expectativa do Planalto era reunir cerca de 50.000 pessoas.

 

Greves em SC

Sempre os sindicalistas, petistas e comunistas, lideranças de partidos de esquerda infiltradas nos sindicatos, conseguiram realizar grandes paralisações em Santa Catarina. Desde o governo Esperidião Amin e Pedro Ivo Campos, passando por Paulo Afonso, e continuando até Luiz Henrique e no começo do governo de Raimundo Colombo.

Conforme o PT foi perdendo força, a capacidade desses sindicalistas também foi diminuindo. Falamos aqui quando eles deflagraram, duas semanas atrás, essa greve extemporânea e despropositada do magistério. Previu-se que iria “morrer na casca”. Na primeira semana, já nos primeiros dias, apenas 30% aderiram segundo o sindicato, mas, na realidade, deveríamos considerar cerca de 10%. Nos últimos dias, essa semana, a adesão ainda estava em 5%, ou até menos.

 

Declínio Sindical

Não tiveram outra saída senão jogar a toalha, entregar os pontos e buscar uma saída honrosa, reunindo-se com os parlamentares para dar a impressão de que estava havendo uma grande negociação. O governo não ampliou em praticamente nada a proposta. Foram pequeníssimos avanços e eles queriam mesmo é sair da greve.

 

Táticas de Greve

Sinalizaram a retomada do movimento para daqui a dois meses, mas não conseguirão levar os professores à greve, essa é a grande realidade. Isso porque já acenaram para um período que vai coincidir com o prazo fatal das convenções homologatórias, quando então realmente começa propriamente a campanha. A pré-campanha é longa, vai até meados de agosto, mas a campanha dura apenas 45 dias, da segunda quinzena de agosto até setembro, com a eleição em 6 de outubro. Eles querem tentar retomar a greve para influenciar nas eleições, especialmente em Florianópolis, mas, na medida do possível, também nos maiores colégios eleitorais.

 

A Falência da Esquerda

Estão fadados ao fracasso. A esquerda fracassou. Os sindicatos perderam sua consistência. Não são mais levados a sério. Professores e servidores pensam duas vezes antes de aderirem à greve, porque já sabem que a paralisação tem uma conotação essencialmente política em ano eleitoral.

 

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