Nos últimos anos, uma tendência silenciosa vem ganhando espaço nas taças, copos e eventos pelo mundo: o mindful drinking, ou, em tradução livre, o ato de “beber com consciência”. Não se trata de abrir mão das celebrações, mas de redefinir o prazer de brindar — com mais presença, equilíbrio e sabor.
O movimento nasceu em Londres, mas rapidamente conquistou adeptos em diversos países, especialmente entre quem busca uma relação mais saudável com a bebida. A ideia é simples: prestar atenção nas escolhas e nos efeitos do que se consome. Em vez de beber por hábito ou pressão social, é sobre saborear cada gole — seja ele alcoólico ou não.
Com isso, os drinques sem álcool deixaram de ser coadjuvantes e passaram a ter protagonismo. Hoje, bartenders do mundo todo criam mocktails (coquetéis sem álcool) com o mesmo cuidado e sofisticação dos tradicionais. Eles exploram infusões de frutas, ervas e especiarias, camadas de sabor e apresentações criativas. Um mojito de hortelã com kombucha, um spritz com suco de tangerina e água tônica, ou um negroni sem álcool feito com extratos botânicos já são opções em bares e restaurantes modernos.
No Brasil, especialmente com a chegada dos dias quentes, o tema ganha ainda mais força. É possível brindar com frescor, cor e sabor — sem ressaca e sem culpa. A indústria também acompanhou esse movimento, e já vemos vinhos desalcooolizados, espumantes “zero”, cervejas artesanais sem álcool e até destilados botânicos que imitam o perfil aromático dos gins tradicionais.
Mais do que uma moda, o mindful drinking representa um novo estilo de vida, em que o prazer está na experiência, não no teor alcoólico. É a celebração de um tempo em que o “não beber” também é uma escolha cheia de sabor.
Talvez o segredo esteja aí: beber menos, mas viver mais intensamente cada brinde.