Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Meu filho apresenta uma deformidade Torácica, o que vou fazer?

Foto: divulgação Clínica Toracopulmonar

Por: Giovani W. Mezzalira

06/02/2025 - 14:02 - Atualizada em: 07/02/2025 - 09:42

As deformidades congênitas da parede torácica anterior acometem aproximadamente uma a cada 300 crianças e são originadas por desordens genéticas ainda não completamente conhecidas, caracterizadas pelo desenvolvimento anormal das cartilagens costais.

O pectus excavatum, também chamado tórax em funil, é a deformidade mais comum da parede torácica, representando em torno de 85% a 90% dos casos.

É caracterizado por uma depressão anterior do tórax, simétrica ou não, combinada com um desvio dorsal do esterno e da terceira à sétima costelas ou cartilagens costocondrais. A anomalia pode ser desde um leve desvio ântero posterior até uma severa depressão esternal, que pode se aproximar da coluna vertebral. Alguns pacientes também apresentam assimetria significativa entre os hemitórax direito e esquerdo, resultando na rotação do esterno. Essa deformidade acomete mais meninos (9:1) e geralmente não aparece logo ao nascimento, sendo observada à medida que a criança se desenvolve.

Foto: divulgação

Os sintomas geralmente não são apresentados por bebês ou crianças em idade escolar. No entanto, pacientes adolescentes e adultos podem ter redução da função pulmonar e menor tolerância ao exercício. Em alguns casos, a aparência estética envolve distúrbios psicossociais que requerem terapia comportamental específica.

Apesar do exame clínico, alguns exames são fundamentais para entender a relação desta diminuição de espaço da caixa torácica e o estado dos órgãos que nela habitam, como pulmão e coração. Neste contexto, solicitado uma tomografia de tórax com reconstrução 3 d da parede, mais testes de função pulmonar e exames cardiológicos para completar a investigação, deste modo, é possível chegar ao tratamento mais indicado.

 

O tratamento sem cirurgia, seja por meio de fisioterapia ou de coletes e sistemas de sucção do tórax não conseguem modificar a depressão a partir da reposição da estrutura óssea no seu devido lugar, para este fim somente a cirurgia. A cirurgia ganhou a cena a partir de 1998, após o trabalho do Dr Nuss que mostrou ao mundo a técnica minimamente invasiva para o tratamento do Péctus Escavatun, esta técnica continua sendo o tratamento escolhido, com resultados positivos e seguros.

A cirurgia é indicada quando existe uma severa deformidade ou que tenha dois ou mais destes critérios expostos a seguir:

– Tomografia com Index de Haller maior que 3,25cm (fórmula que define o tamanho da cavidade)

– Presença de uma progressão da deformidade, sintomas de compressão cardíaca ou pulmonar, distúrbio restritivo pulmonar e um distúrbio da imagem corporal.

A idade ideal para a correção seria entre os 13 anos e os 16 anos, salvo nos casos de deformidades muito acentuadas que podemos indicar antes. Isto se explica devido ao fato de que as estruturas ósseas e cartilaginosas estão mais maleáveis nesta fase, mas a cirurgia pode ser feita em adultos também com resultados excelentes.

Foto: divulgação Clínica Toracopulmonar

Um fato interessante está na percepção de que quando o pectus excavatum ocorre nas mulheres, a indicação de algum tratamento e mesmo o diagnóstico é muito tardio, porque o seio diminui um pouco a visibilidade do pectus. Mas a paciente que busca atendimento e é feita a análise, descobre-se muitas vezes um péctus muito profundo. De certa forma, as mulheres passam despercebidas com seus problemas de compressão e até de compressão cardiopulmonar, com a possibilidade de ter dor crônica no futuro e também estéticamente, porque apesar de esconder, o seio também tem uma posição deformada.

 

O pectus carinatum é outra deformidade torácica na região do osso esterno, menos frequente que a primeira, que também aparece na infância e tem crescimento progressivo. Na maioria das vezes, é percebido em torno dos 10 anos de idade, acentuando-se durante a adolescência. Essa deformidade pode ou não ser acompanhada de sintomas cardiorrespiratórios, pode evoluir com dor torácica e pode gerar transtornos psicossociais severos. Naqueles indivíduos com sintomas, geralmente são relatados dispneia, palpitação e sibilos, que se acentuam com o exercício.

Foto: divulgação Clínica Toracopulmonar

O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. Tudo depende da análise feita, definindo o grau de deformidade. No tratamento conservador o uso de coletes de compressão é muito usado e a cirurgia consegue obter uma reestruturação eficaz com mínimos riscos. Esses sintomas tendem a desaparecer com a cirurgia corretiva mais rapidamente que com os outros tratamentos.

A equipe multidisciplinar que atende esses pacientes conta com um grupo de anestesistas que trabalham com alta tecnologia para minimizar a dor, acompanhando até a sua alta, fazendo o pós operatório um momento muito tranquilo.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp