Mensagem a Garcia…em tempos de mi mi mi

Foto: Pixabay

Por: Emílio Da Silva Neto

25/11/2022 - 09:11

Merece especial apreço todo aquele que assume e cumpre uma missão
(“dá conta do recado”), sem lero-lero ou nhém-nhém algum

A quase nenhum empreendedor que se empenhe em levar avante uma empresa, são poupados momentos de verdadeiro desespero ante a inépcia (para não dizer, imbecilidade), inabilidade ou falta de disposição, de grande parte das pessoas, para se concentrar numa determinada coisa e fazê-la acontecer.

Assistência irregular, desatenção tola, indiferença irritante e trabalho mal feito parecem ser as características predominantes. Por isso, quase todos os empreendedores bem sucedidos, precisaram lançar mão de inúmeros meios, até ilícitos, para ‘puxar’ outras pessoas. Também, porque, mesmo que rogado, o Supremo Onipotente, mesmo do alto da sua grande misericórdia, nem sempre libera parceiros “anjos de luz”.

Assim, “todo louvor e glória“ a quem trabalha conscienciosamente, quer o patrão esteja, quer não. Sim, àquele que, recebida uma missão, tranquilamente a toma sem perguntas obtusas, sem covardia em abandoná-la no primeiro tropeço e sem nunca perder o foco até o fim.

Essa pessoa, certamente nunca passará despercebida e nem precisará esmolar ou forçar aumentos remuneratórios, pois a sociedade a busca ansiosa e insistentemente. Tudo o que ela pedir, ser-lhe-á concedido, pois cada cidade, vila ou empresa a está garimpando.

Sim, conforme artigo do filósofo Elbert Green Hubbard, de 1899, o grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso: “precisa-se, e com urgência, de alguém capaz de levar uma mensagem a Garcia”.
E, parecendo prever o surgimento das gerações Nutella e Mi-Mi-Mi, muito depois (em 2020), Hubbard proclamou: “não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altivo no exercício de um cargo, para atuar com diligência, para dar conta do recado, para, em suma, levar uma mensagem a Garcia”.

Mas, por que “Mensagem a Garcia”, afinal ?

O texto de Hubbard foi baseado num evento real: a missão dada ao tenente Rowan, durante a Guerra Hispano-Americana, para que este levasse uma mensagem ao general Garcia, líder das forças rebeldes cubanas. O mote da história é que, se havia alguém para cumprir esta missão, era o Rowan.

E, “tiro e queda”: ele tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-o no peito, embrenhou-se no sertão, atravessou a ilha e conseguiu, após três semanas, entregar a carta ao Garcia. Enfim, assumiu e cumpriu a missão, sem perguntar como, onde, quem, por que, para que … e virou herói da Guerra de Cuba

Vale citar, aqui, dois exemplos “rowanianos” da família deste articulista.

O primeiro, o do cunhado Guido Franzner que, pós-aulas, ainda menor de idade, ia sozinho com o caminhão do pai Urbano, para entregas em Curitiba, ainda no tempo de estradas não asfaltadas e sem os confortos do celular, google, waze, whats, etc. Saía apenas com o endereço do cliente e, mais nada. Voltava de madrugada para Jaraguá do Sul, sempre dando conta do recado … cumprindo cada missão !!! E, certamente, muito aprendendo, ainda em tenra idade.

O segundo, um caso próprio, quando este articulista escutou, em sala de aula, do Prof. Stemmer (depois Reitor da UFSC) que “Engenheiro Mecânico que não falasse alemão, era engenheiro analfabeto”.

Formado e, graças ao apoio do tio Eggon, o “E” da WEG, foi estagiar na Alemanha, sem nunca ter saído, antes, de “debaixo da saia” da supermãe Dida e … só sabendo dizer “Ich bin Brasilianer und spreche kein Deutsch” (“sou brasileiro e não falo nada de alemão”).

De início, “comendo o pão que o diabo amassou”, muitas vezes, chorando sozinho (ou em fitas gravadas), deu a volta por cima e voltou “super-alfabetizado”, pós 03 estágios em indústrias alemãs e com vaga para Doutorado na Universidade de Aachen, o melhor Curso de Engenharia da Europa de então.

O efeito colateral desta experiência foi a boom do seu “CVP – Coeficiente de Viração Própria”, a ponto de – desde lá – nunca mais ter recorrido a pais e sogros para nenhuma decisão pessoal ou profissional. E ter incluído em seu plano de vida conhecer o mundo sobre uma frágil bike, preferencialmente sozinho.

Enfim, merece especial apreço todo aquele que, sem lero-lero ou nhém-nhém algum, não importando quais desafios a enfrentar e quais dificuldades a serem superadas, torna imperioso fazer o que lhe é designado e, baseado no “quem tem boca vai à Roma”, sempre dá um jeito de … “entregar a mensagem a Garcia” !!!

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Emílio Da Silva Neto

Consultor especializado em profissionalização, governança e sucessão empresarial familiar. Com vasta experiência, Emílio da Silva Neto é PhD/Dr.Ing, Pós-Doc, Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor e Sócio da 3S Consultoria Empresarial Familiar. Redes sociais: emiliodsneto | www.consultoria3s.com