Medos, bons e maus – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

20/09/2023 - 06:09

O medo faz parte da vida, sem o medo não chegaríamos ali na esquina. É preciso ter medos para que cheguemos mais adiante, só que… Temos que entender que medo é como remédio, depende da dose. Todo remédio é um veneno se for tomado além da dose certa. E o que é a dose certa no caso dos nossos medos? Aí é que o bicho pega. Tenho medo do escuro, como é que faço? Sei que estou no quinto andar, portas fechadas, segurança máxima, nada que me justifique o medo, e aí, como é que faço? Que tipo de medo é esse, que não é um medo físico? É um medo metafísico, um medo de “fantasmas”, que eu sei que não existe, mas… Puseram-me esse medo na minha cabeça quando era deste tamanhinho. Culpa dos “velhos” que me estavam por perto. Esse tipo de medo não tem cura, podemos conviver com ele, mas nunca o perdermos. Sem saída, é conviver com ele. Uma das saídas é não dormir sozinho, alguém precisa estar por perto, nesse caso, dormimos como uma pedra. Sozinho nunca, nem luz acesa ajuda. E os outros medos? São tantos… Amigos ajudam, psicoterapias ajudam e a própria pessoa se pode ir descobrindo e vencendo medos e medinhos. Aquela velha história do – “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”! Será mesmo? Sou feio, sou baixinho, sou gordo, sou burro, não tenho sorte, não vai dar certo, nunca tive quem me ajudasse, são infinitas as desculpas geradas pela insegurança e pelos medos pessoais. Heróis de guerra, por exemplo, a maioria, ganharam medalhas e mais medalhas pelo heroísmo em dados momentos, certo? Certo uma ova. Nenhum sujeito saudável quer ir para uma guerra. Os grandes heróis não tiveram saída senão enfrentar o medo, era enfrentar ou morrer. Enfrentaram e… Venceram. Somos heróis de nós mesmos quando puxamos a cortina e encaramos os nossos medos, vamos descobrir que eram medinhos, inseguranças tolas que nos impusemos ou nos impuseram na primeira infância. Medos devem ser respeitados, os medos da melhor prudência, os outros, maioria absoluta, devem levar um chega pra lá, são embusteiros que nos travam. Vamos nessa? Sim, a luz já está acesa…

FAZER

Dizem que os santos ajudam aos que se ajudam. Ficar só rezando, não mover uma palha para mudar situações é atoleiro na certa. Santos não ajudam “vadios”. E entre uma pessoa que reza muito e outra que estende a mão para ajudar a quem precisa, bah, a que ajuda já tem cadeira garantida no céu. O outro, o que só mexe os lábios, vai ter que se explicar para a Corte Divina. Ou para o capeta…

PERIGO

Dia destes, reencontrando um amigo, ele chorou muito ao se lembrar do que passou em família. Um médico diagnosticou o filho dele com uma moléstia de não passar de 30 dias sua sobrevida. Foi um arrasa quarteirão na família. Até que um vizinho deu à família abalada um conselho: procurem outro médico, confirmem o diagnóstico. Fizeram. Deu tudo diferente, o jovem está forte, saudável e “curado” do que ele não tinha… Conselho: não fique num primeiro diagnóstico ruim, busque, no mínimo, mais dois outros. Dê um jeito, mas faça isso.

FALTA DIZER

Quantas e quantas pessoas vivem com diagnósticos errados, com moléstias estupidamente agravadas por médicos incompetentes? Duvidar de tudo e buscar, tanto quanto possível, as certezas possíveis. Dependendo do diagnóstico, no mínimo mais dois diagnósticos e, se possível, de outras cidades. O seguro morreu de velho…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.