Ao longo da minha vida, tenho sido “marinheiro de primeira viagem” por muitas vezes, e esta repetida coragem trouxe desenvolvimento, fortaleza e consciência do caminho.
Aos 14 anos, mero leitor dos “12 Trabalhos de Hércules”, de Monteiro Lobato, virei corretor ortográfico das petições tributaristas de meu pai, admirado advogado. Aos 22 anos, sem nunca ter apresentado um trabalho de equipe em sala de aula, tornei-me orador na formatura das 3 Engenharias da UFSC e, aos 23 anos, mal sabendo falar um “Guten Morgen”, parti para um estágio profissional na Alemanha. Ainda, às portas da terceira idade, aos 59, tive a coragem de iniciar – junto a jovens abaixo de 30 – o nível acadêmico top, o Doutorado.
As estreias como “marinheiro” destas e de muitas outras “primeiras viagens” fizeram-me crescer, lapidando, fortalecendo e moldando quem me tornei, pois as condições “intranquilas” de “marujo despreparado” nunca foram encaradas como fraquezas momentâneas, mas sim, como oportunidades para ser positivamente diferente.
Sim, nas águas incertas de cada “primeira viagem”, há muitos “lemes” fundamentais ao crescimento, pois momentos totalmente novos ensinam, corajosa e rapidamente, a “navegar”.
Pois esta minha coragem de “zarpar”, muitas vezes até sem “mapas”, está me levando a um novo desafio. Explico!!!
Nunca fui político (aliás, nem no jeito de ser… quem me conhece, bem sabe… rsrsrs). Passei a vida construindo minha trajetória em áreas bem distantes do meio político: família, trabalho, estudo, comunidade, amizades.
Embora sempre afastado da política, nunca fui indiferente, pois sempre acompanhei, observei, critiquei e, inclusive, admirei cidadãos que saíam, repentinamente, da iniciativa privada para a vida pública. Mas, por que, agora, a intenção de ingresso formal na política?!? Talvez, porque eu tenha relembrado, mais uma vez, que a vida é finita e que não podemos guardar para nós mesmos aquilo que pode beneficiar os outros. Também, por ver erros se repetindo, promessas sendo refeitas como que novas e “munícipes” (termo muito usado pelo meu eterno cunhado, Jair Franzner, prefeito de Jaraguá do Sul) cansados de acreditar em “salvadores da pátria”.
Sim, nesta minha “antepenúltima” idade, olhando para a minha cidade atual, Barra Velha, sinto que seja o momento de colocar a minha sabedoria vivencial (no Brasil e na Europa) a serviço do coletivo público, por exemplo, como prefeito desta cidade, “velha” no nome e na gestão pública.
Contudo, algo muito triste (decepcionante!!!): após as primeiras manifestações expressas desta minha intenção puramente missional (juro… jamais, carreirista!!!), muitos líderes locais – provavelmente por interesses ameaçados – me acusam de abusado “marinheiro de primeira viagem”, dizem que política não é lugar para “amadores ou paraquedistas” e que a minha ingenuidade é um “tiro no pé”. Outros, ainda, implicitam que minha idade (75, em 2028) seja um fator de limitação, como se sabedoria fosse algo descartável e só juventude tivesse valor.
Em resumo, preciso estruturar “escudos psicológicos” para enfrentar atos contrários e omissões dissimuladas, vindos de diversas “latitudes” (pessoas) e “altimetrias” (hierarquias socioeconômicas), pois a imundície humana (onde a sujeira entra pela mente, passa pelo coração e chega às mãos) começa bem fora do mundo político.
Prefeito deposto de Barra Velha (2009-2011), saudoso SAMIR MATTAR (*1931-+2019): de onde você estiver… peço “luz”… ir em frente ou parar?!?
E você, “Véio da Havan”, LUCIANO HANG, com CD Central em Barra Velha e que sugere, face à desejada modernização e crescimento da cidade, a troca do seu nome para, por exemplo, “Balneário da Barra” ou “Praia da Barra”, o que me aconselha ? Go ahead (em frente) ou stop (esquece)?!?
Contudo, “zarpar ao oceano”, eis a tendência… novamente!!!