Mais uma que escorregou na escada da vida e acordou. Sacrossanto Maná dos altares, por que as pessoas precisam levar um tombo para se dar conta de que tudo ia bem ou, pior, que tudo ia muito mal mas elas não se davam conta? Pois é, mas é bem assim.
Estava lendo uma revista popular… e encontrei a história de uma jovem mulher, 36 anos, não me apraz dizer-lhe o nome, que fique a história dela, afinal, é a história que nos pode educar ou acordar. E é o tipo da história que pode ter por título: mais uma. Ou mais um, se fosse o caso.
Essa jovem mulher vivia sua vidinha de todos os dias até que sentiu algo estranho nela. Era o pior, uma doença de tirar o sono, o ânimo, e comumente a vida… Foi descobrir a enfermidade e passar ao sofrido tratamento. Por fim, a cura. Até aqui, leitora, nada de excepcional, afinal, e infelizmente, isso pode acontecer a qualquer pessoa. E vive acontecendo. Mas o que me traz até aqui é uma declaração dessa mulher após a cura. Uma declaração absolutamente comum, vulgar, mas que me incomoda…
Ela disse – após o susto quase mortal – que: – “Parei de pensar no futuro. Aprendi a viver um dia de cada vez e encontrei o equilíbrio”. Não é bizarra essa declaração? Bizarrice que a levou à outra obviedade: a de que vivemos errados, quase todos e todos os dias.
Volto à pergunta: por que as pessoas precisam cair da escada para só depois notar que havia corrimão? Irrita essa história de a pessoa precisar quase perder a vida para dar-se conta de que vivia errada. E é, como já disse, como todos ou quase todos vivemos. Correndo, acumulando inutilidades, lutando por posições e valores vazios, insignificantes, mas extremamente valorizados pelos levianos existenciais.
Viver no presente, largar de mão as inquietações com futuro, o que não significa não lutar “hoje” pelo amanhã, mas não viver hoje o amanhã, deu para entender? Um dia de cada vez, dando-se valor ao que tem valor (o que, convenhamos, são bem poucas coisas) e abandonar as frivolidades dos rebanhos em que se vive é passo acertado para a saúde e a paz. Mas, infelizmente, parece que esse é o caminho só descoberto pelos que “quase” perderam a vida. É a tal história do precisar perder para dar valor ao que se tinha de verdadeiramente bom…
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