O Brasil é um dos países com o Congresso mais caro do mundo, só perdendo para os Estados Unidos. Emerge, agora, a discussão sobre o aumento do número de deputados federais no Brasil. O argumento é a busca por uma representação mais justa e equitativa entre os estados. A proposta visa corrigir discrepâncias na distribuição de cadeiras na Câmara dos Deputados, onde alguns estados estão sub-representados, enquanto outros excedem sua cota populacional.
No entanto, a solução para esse problema não pode ser a de corrigir as lacunas, simplesmente ampliando o número de parlamentares. Estamos falando de representatividade, logo, o que queremos é qualidade e não quantidade. Sabemos que essa medida imediatista geraria custos adicionais significativos, sem necessariamente melhorar a qualidade da representação política.
O Brasil já possui um Congresso perdulário e numeroso, com 513 deputados federais, e ampliá-lo pode significar mais despesas para os cofres públicos, em um momento em que a eficiência e a responsabilidade fiscal são urgentes. Não há dúvidas de que a alternativa sóbria politicamente, e viável economicamente, seria redistribuir as cadeiras existentes, transferindo vagas de estados super-representados para aqueles que estão abaixo da cota populacional.
Vale salientar, outrossim, que a verdadeira reforma política que o Brasil precisa e espera, não está no aumento do número de deputados, mas em mecanismos que fortaleçam a transparência, a responsabilidade e a conexão entre os representantes e os cidadãos. A busca por uma representação mais justa deve ser acompanhada de medidas que garantam que os parlamentares cumpram seu papel com ética e eficiência. Afinal, o que importa não é quantos deputados temos, mas sim o que eles fazem, de fato, em prol da sociedade brasileira.