Lutar ou fugir? – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

09/09/2024 - 07:09

Acabei de ler uma história envolvendo a decisão de uma jovem mulher, catarinense, li e fiquei pensando sobre lutar e fugir. Fugir nem sempre é ato de covardia. Vamos imaginar que você ande pela floresta e ouça o rugido de um leão, e aí, vais enfrentar o leão ou fugir dele? Fugir nesse caso é bom senso. Sim, mas e abandonar a família ou deixá-la por uns tempos e sair por aí, é fuga ou luta? Depende das razões. Penso que nossas lutas mais difíceis são com nós mesmos. Uma poeira essas lutas. A história de que falei envolve uma jovem mulher, 30 anos. A história dela, contada num portal de notícias, dizia em manchete: – “Mulher troca “vida perfeita” em Balneário Camboriú por mochilão sem destino”. A primeira questão dessa história, não conheço a protagonista, envolve a tal “vida perfeita”. Vida perfeita ninguém tem, ninguém. O sujeito pode ser rico como um príncipe de contos de fada; riqueza não garante felicidade… Não mesmo. Todos temos problemas? Sim, todos, quem disser que não é um Pinóchio de nariz curto. Fugir ou lutar, qual a saída diante de um problema ou de um tédio? Dependendo da ação a saída será ou uma boa luta ou uma fuga covarde como, por exemplo, a pessoa cair nas drogas para “fugir” das ansiedades. É fuga covarde que vai criar mais problemas e nenhuma solução. A história contada pelo portal de notícias diz que a moça partiu para uma vida melhor, ela que tinha uma vida perfeita, foi dito assim. Mas fico pensando, quem abre mão de uma vida perfeita, e o que é vida perfeita? A moça pegou a mochila e saiu para andar pelo mundo, nada garantido, tudo desconhecido. Sair de casa deixando pai, mãe, irmãos, quem for, é uma decisão corajosa, mas insisto, tanto pode ser uma fuga quanto uma luta, luta por uma aventura que faça a vida ter novas cores. Cada caso é um caso, já houve tempo em que eu carimbava negativamente a todos que faziam isso, os que pegavam a mochila e saiam por aí, não ousando enfrentar seus desafios. Hoje, pensando melhor, se essa “fuga” não magoar fundamente um pai ou mãe, por que não? É sair por aí, respirar e rejuvenescer pelas estradas desconhecidas da vida. É isso, guria?

SER

O ser jamais será pelo ter. Se o “ser” fosse pelo ter todos os ricos, muito ricos seriam felizes, “seriam” alguma coisa na vida. Na vida, estou falando. Acabei de ver imagens da celebração de 15 anos de uma “pobre” menina em São Paulo. Luxos fora de propósito, exibicionismos do pai, completamente fora do autorrespeito, enfim, uma estupidez feita e exibida. Eles querem “ser” e esquecem que “parecer” não é ser. Coitados.

RESPEITO

Cresci ouvindo dizer que respeito é bom e barato. Você aceitaria, por exemplo, que o vizinho lá da esquina viesse dar ordens em sua casa? Claro que não. Então, façamos o mesmo com ordinários que pensam que o dinheiro lhes dá o poder de minar a segurança e a paz de uma nação. Recolhe-te, boçal, a tua pequenez, e o resto da conversa é na salinha dos fundos…!

FALTA DIZER

Numa novela “estrangeira”, que entrou na moda no Brasil, um homem ouvia um amigo falar de suas frustrações com um filho. Para consolá-lo, o amigo que o escutava disse que ele teve duas filhas… Ficou claro que ter “filhas” era a pior das danações. Há muitos estúpidos por aqui que pensam o mesmo. Vão pagar na velhice…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.