Em um mundo cada vez mais frio e marcado pela indiferença, onde as notícias se perdem no turbilhão do cotidiano líquido, há histórias que não podem passar despercebidas. Histórias como a da pequena Lulu, a criança jaraguaense que enfrenta uma batalha dolorosa contra uma leucemia rara. Sua família, esperançosa por um milagre, lançou a campanha “Ajude a Lulu”, na busca de um doador de medula compatível. E é aqui, neste momento de fragilidade e coragem, que a humanidade é posta à prova.
A frieza dos dias parece nos ensinar que cada um deve cuidar apenas de si, que os problemas alheios são distantes demais para nos comover. Mas Lulu, com seus olhos cheios de vida e seu coração que insiste em bater, nos lembra que o verdadeiro calor humano ainda existe. Ela não pode ser só mais uma estatística, só mais um caso médico entre milhares. Ela é uma criança que merece brincar, sorrir e crescer. E para isso, depende de um gesto de amor, e que pode vir de qualquer um de nós.
Doar medula é um ato de extrema generosidade, mas também de simplicidade. Muitos têm medo do desconhecido, do suposto sofrimento, mas a realidade é que salvar uma vida pode ser mais simples e indolor do que imaginamos. Basta um cadastro, um exame de sangue, e a disposição de ser a luz no fim do túnel de alguém. Para Lulu, esse alguém pode estar em qualquer lugar: no vizinho que nunca cumprimentamos, no colega de trabalho que mal conhecemos, ou, alguém antenado com o mundo que esteja lendo esse editorial.
Enquanto a ciência avança e a medicina busca curas, a maior força ainda reside na solidariedade. A esperança não é uma abstração – ela tem nome, tem rosto, tem um futuro que depende de gestos concretos. Então, Jaraguá do Sul, o Brasil, o mundo, podem ser parte dessa corrente do bem. Não deixemos que a indiferença vença. Cadastre-se como doador. Ajude a Lulu. Confira instruções em nossa matéria da página 8 desta edição OCP. Salvar uma vida é, acima de tudo, lembrar que ainda vale a pena acreditar na humanidade. “Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro” (Talmud).