Entrei numa loja de variedades na área central de Florianópolis, procurava por um presentinho para uma colega… Olho daqui, olho dali e reparo que chega à loja uma mulher bem-vestida, com traços de uma certa elegância e que também começa a circular pela loja… Lá pelas tantas, ouço-a dizer à vendedora: – Ah, que lindo este olho-grego, quanto custa?
Eu nunca tinha ouvido falar em olho-grego. Fiquei sabendo que é um tipo de símbolo, amuleto de que se valem pessoas na Grécia para espantar o olho gordo, a inveja.
A cliente, a mulher elegante essa de quem falo, mostrou-se bem interessada na peça e acabou por levá-la. Fiquei louco para iniciar uma conversa com ela mas desisti, seria perda de tempo a minha conversa.
Eu queria falar com ela sobre a tal crença no olho gordo, na inveja dos outros sobre nós. Antes de tudo, leitora, vale lembrar que é a melhor coisa do mundo ser invejado, ter sobre nós o olho gordo dos outros, bah, uma beleza. Por quê? Ora, porque os invejosos estão ardendo por dentro, estão rangendo dentes de tão infelizes por não terem o que temos. Só invejamos a quem tem o que não temos e gostaríamos de ter, bah, mas quantas vezes é preciso repetir isso? Mas não adianta repetir, os estultos não acreditam, pelo contrário, eles acreditam que a inveja alheia tem poderes, pode derrubá-los, coitados. Quanta ignorância.
Será que esses inseguros da vida não sabem que ninguém tem força senão a força que nós damos a quem quer que seja? Nada existe fora da nossa consciência e das nossas crenças. Nada.
Uma pessoa que acredita em pé-de-coelho, trevo de quatro folhas, ferradura, figas, o que for, para trazer sorte ou empurrar os azares para longe é uma pessoa fraca, impotente, posto que (embora) tenha dentro de si todas as forças e os poderes possíveis…
Uma mulher daquelas, bonita, com um porte elegante, pelo menos para o meu gosto, entrar numa loja para se encantar por um “olho-grego” para espantar azares ou buscar sortes, convenhamos, que pobrezinha. Essa mulher, por certo, não vai encontrar um companheiro para a vida dela que lhe valha a pena. Claro, os semelhantes se atraem, um sujeito “forte” mentalmente não se pode “ajustar” a uma dependente psicoemocional de tolices do tipo olho-grego. Saí com pena da mulher, tão bonita por fora, tão pequena por dentro. Lástima.
IDADES
Se você for jovem, pense: um dia será idoso/a. Se já for idoso, pergunte-se: sou um idoso, idosa, ou um velho, uma velha? Vale lembrar que os idosos têm sonhos, os velhos têm sono. Cuidado. Não raro, nos descuidamos e pensamos que somos todos iguais nas idades, não somos. Os idosos se renovam a cada diz, os velhos se acabam a cada noite. E graças a Deus que é assim, de outro modo, a velhice seria mesmo um causo triste que a vida nos contaria sem sorrisos.
LIMITES
Num artigo sobre estresse, cansaços e limites, o sujeito aconselhava: – Respeite seus limites! Essa frase não pode ser engolida, ninguém conhece seus limites, o que conhecemos são os nossos aborrecimentos provocados pela preguiça, pelo emburramento diante do trabalho. O ser humano não se conhece em seus limites e só vai saber disso quanto se encontrar diante de formidável desafio. E não raramente vencê-lo, para depois dizer: – “Pois não é que eu consegui”? Somos ilimitados.
FALTA DIZER
Ontem vi um anúncio para adestramento de cãezinhos. Pobrezinhos, não nasceram para isso. E por que não adestramento para crianças chatas, mal-educadas, demoníacas mesmo? Ah, sim, claro, antes, o adestramento dos pais… Perfeito.