Já foi dito que o medo de perder nos pode tirar a vontade de ganhar… E sem os riscos das lutas ninguém atravessa a rua. A vida é um eterno perde-ganha. Até quando? Até o último piscar. O medo de perder deixa muita gente parada, e como dizia Lampião, o cangaceiro, quem tem medo se enterra vivo. Os jovens podem até ter medos, são os medos dos imediatos da vida, são medos de coisas mais ou menos palpáveis. Já os mais velhos vivem o medo de perder o que talvez, e não raro, não lhes seja possível recuperar ou substituir, como um casamento de longo tempo, por exemplo. Nada dura para sempre. Sabemos disso por observação, educação e instinto. Há pouco vi duas borboletinhas amarelas girando em torno de flores de uma planta no jardim. Fiquei pensando, o que lhes podia estar passando pela cabeça… Alguém me pode dizer, – “Ah, Prates, não sejas bobo, tu sabes que borboletas não pensam”! Primeiro, me prove que não pensam. Claro que pensam, de um modo diferente de nós, pensam sim. Terão consciências de suas finitudes? Nunca vamos saber, mas nós, os ditos “racionais”, nos achamos, somos os reis e rainhas do reino animal. Coitados. Vivemos correndo atrás do ter e ter cada vez mais na vida, ainda que saibamos o tempo todo que o que conquistamos hoje vamos perder num amanhã, seja o que for. Não fosse assim os ricos seriam felizes e não morreriam. Não estou sendo original em dizer o que digo, afinal, não foi de graça que um dia alguém pensou na importância dos desapegos na vida. Desapegos a apegos inúteis. E junto aos desapegos, a consciência de que tudo o que temos é o aqui/agora. Nada mais. O que temos vamos perder, de um modo ou de outro. Então, é viver plenamente o aqui e agora, e se ele for azedo, cáustico, transformá-lo em esperança de momentos melhores, afinal, o que nos chega hoje irá embora amanhã. Num sentido figurado ou não. Está doendo? Arrumar um alívio emocional. Está bom? Ter consciência disso e viver plenamente no aqui e agora esse bom momento. Tudo o que temos, um dia perderemos. Logo, é celebrar os nossos bens e bons momentos de hoje.
REPETIÇÃO
Quando alguém defender um sujeito que cometeu um crime (doloso/culposo, o que for) sob o argumento de que o vagabundo o cometeu porque estava sob o efeito de drogas ou de álcool, esse defensor tem que levar o mesmo “ferro” que o criminoso. Álcool ou drogas não alteram o caráter, o sujeito quando é bom não fica mau porque bebeu. Sem resmungos, ordinários das falsas defesas. Ferro nos “drogados” assassinos ou criadores de casos.
CHORAR
Que os enrustidos parem de dizer aos meninos que homem não chora. Ouça – “Chorar e chorar tão convulsivamente quanto possível é um dos mais eficazes meios de que dispomos para restabelecer nosso equilíbrio interior, quando ele está abalado pela tristeza, pela cólera, pela dor e até, às vezes, pela alegria e pelo amor”. Vá dizer isso aos machos de araque que andam por aí, metidos a paizões. Chora, guri, chora!
FALTA DIZER
Para morrer basta estar vivo, Adão já dizia isso para Eva… Pergunto aos meus amigos, aos acima de 40, se fazem anualmente a revisão do “carro”, do carro da vida, o corpo. A maioria diz que não, mas que vai fazer. Prevenir é melhor que remediar, e às vezes não dá tempo para remediar, o “carro” fica logo ali, na “estrada”… Bobocas!