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Luiz Carlos Prates: Páginas viradas

Por: Luiz Carlos Prates

07/04/2023 - 06:04 - Atualizada em: 07/04/2023 - 09:27

A vida é um livro que escrevemos todos os dias, página após página. Liberdade nossa, podemos escrever o que bem entendermos nessas páginas, certo? Discutível. Nem vou falar em destino, afinal, destino seria um roteiro que nos seria dado (e por quem?) ao nascermos. Do destino ninguém poderia escapar. Destino foi uma invenção dos infelizes na vida, não querendo ver seus passos errados apontam o dedo para a fantasia chamada destino. Sem provas, ninguém pode usar o destino como desculpa. Então, vamos lá, vamos às nossas páginas viradas. Todos as temos. Há páginas que a vida nos faz virar de modo doloroso, como no caso do luto. Páginas sofridas. Temos que virá-las. Todo dia de “ontem” é uma página virada. Não temos como voltar atrás, página virada… Um bom emprego que foi perdido. Causa dor, mas… É preciso escrever outra página. Um casamento que acabou. Ela ou ele queria continuar, mas não deu… Dolorido? Muito, mas… É preciso virar a página. Chorar pelo leite derramado é chorar por uma página virada. Todos os dias, escutamos gemidos de pessoas suspirando por casamentos terminados. Sofrimento? Muito. Mas, diacho, se não virarmos a página não vamos saber o que a próxima “página” nos pode trazer de alentos. E essa página de “ontem”, que viramos ou nos foi virada, precisa ser substituída por uma nova “leitura” na vida. Vale especialmente para os idosos, para os que já perderam muito e que, bem comum, ficam presos ao que passou, às páginas viradas. Diz uma velha canção que – “Saudade é palavra triste quando se perde um grande amor”! Só quem já passou por isso sabe bem, mas… Fazer o que senão virar a pagina?

Precisamos ter um propósito na vida, um propósito que não nos possam tirar nem perdermos. Algo muito nosso e “eterno” conosco. Fora disso, a cada dia que passa mais e mais páginas terão que ser viradas. Muita gente jovem, com recursos para uma boa vida, chorando pitangas sobre uma “traumática” página virada, um ele ou ela que foi embora por que cansou. Essa até então chorosa página virada tem que ser trocada por outra, a ser escrita com as batidas do coração, uma página ainda em branco…

VIDA

A vida é um rolo. A pessoa decide que tipo de rolo, mas que é um rolo, é. Sobre a vida, acabei de ler uma frase tirada no escuro da minha caixa de sapatos cheia delas. Essa caixa não a imagine irreal, ela existe e é um tipo de “banco” da vida para mim. A frase dizia assim: – “Para mudar a sua vida, você tem literalmente que se tornar outra pessoa”. Pago-lhe café até o fim do ano se você conseguir. A mudança, é claro, começa pelos pensamentos. Tente.

SILÊNCIO

O Conselho Federal de Medicina tem que se manifestar sobre suas “medidas” diante de tantas acusações envolvendo médicos e suas condutas contrárias ao que chamo de “sacerdócio” da cura. Todos os dias uma queixa, uma acusação sobre médicos molestando mulheres, passando-lhes a mão, violentando-as e, mesmo assim, não ouço nada de parte do “Conselho”… Vão esperar o quê? Pela reação “nada social” dos maridos, dos irmãos das vítimas? Cuidado, abram o olho.

FALTA DIZER

Três meses deste ano já se foram, e aí vem a lembrança. A lembrança da passagem de ano, quando fizemos promessas e mais promessas para este ano. E será que alguma daquelas promessas já foi cumprida? Ah, entendo, temos muito tempo ainda pela frente, entendo…! Pois sim… Sem queixumes então!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.