Loucura coletiva – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

13/04/2024 - 07:04

O título pode parecer exagerado, loucura coletiva. Todavia, já ouvi pessoas dizendo que o mundo sempre foi assim, a diferença é que hoje ficamos sabendo. Pensando bem, concordo, sempre foi assim. Lembro de um irmão marista, irmão Nelson, que numa aula de História nos deixou bem claro que os problemas de hoje não são diferentes dos problemas vividos pela humanidade há centenas de anos. Mesma coisa. O ser humano é um idiota que não se vê no espelho da vida, fica imaginando fantasias, chorando pelo leite derramado, não se dando conta de que esse leite derramado foi derramado por ele mesmo. Guardei na minha caixa de frases uma do filósofo Aristóteles, uma frase verdade que todos ouvimos desde o nascimento. A frase é esta: – “Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida”. Ô, “Ari”, volta aqui! Essa tua verdade é muito conscientizada por pessoas que agora estão ou passaram pela UTI. Foi uma conscientização tardia para muitos. Há quem diga que não estar satisfeito na vida é o passo indispensável para avançarmos e realizarmos os nossos sonhos. Só que “sonhos” mesmo são poucos, sonhos que nos mudam a vida, o mais com que sonhamos são tolices do consumismo capitalista e as tentações das infames e provocadoras redes sociais. E assim, deu no que deu: loucura coletiva. Falando nisso, lembro-me da gratidão, da consciência que temos que ter diante do que gozamos, do que nos faz parte da vida e que não costumamos reconhecer. Muitos pensam em gratidão ao “chefe” pelo emprego, ao avô pelo dinheiro emprestado, à mãe Joana por isso ou aquilo. Sim, isso pode ser gratidão, reconhecimento, mas a gratidão de que devemos lembrar e celebrar é a da vida. Das coisas simples da vida, a cama fofa em que dormimos, nosso café da manhã com a família, nossa liberdade, o ar que respiramos, de tudo um pouco, mas nuca esquecendo que coisas prosaicas, aparentemente sem valor, são de uma valor sem preço. O diacho é descobrir isso só depois das perdas, como dizia Aristóteles. Um famoso e falecido apresentador de televisão dizia que seu maior arrependimento na vida era ter dado tão poucos beijos em sua mãe adotiva. Melhor é fazermos as coisas na hora certa e evitar as lágrimas tardias. Estamos todos nessa…

APLAUSOS

Estou aplaudindo de pé… O Conselho Nacional de Justiça “renovou”, dia destes, uma velha disciplina: proibidos de entrar nos Tribunais, nos fóruns, quem estiver vestindo calção, bermuda, camisa regata, minissaia, miniblusa, blusa com decote, chapéus, bonés, chinelos, esses desleixos da falta de respeito e pudor. É assim que se faz, proibição terminante. Aplausos. – Ah, e esses desmazelos também têm que ser proibidos em todos os lugares de trabalho.

AÉREOS

Uso de aéreos para significar os que vivem com a cabeça no ar. Maioria escaldante. Ouça esta, revelada pela Booking.com – plataforma de viagens: – “Só 9% dos brasileiros planejam ainda viajar para eventos esportivos em 2024”. Aposto, não são os ricos, são os pobretões. E 9% dá mais ou menos 20 milhões de pessoas. E que jogos esses otários querem ver? Será que algum deles já leu um livro? E que tal viajar para feira de livros? Pacóvios “aéreos”!

FALTA DIZER

Ontem, vi uma jovem mulher na tevê, no canal Mundo Viagem. Garota de um rosto e corpo lindíssimos. Aliás, eram para ser lindíssimos. A pobrezinha, visivelmente órfã de pais vivos, estava toda riscada pelo corpo. Os braços tinham “sumido”, tantos eram os riscos. Pobrezinha, perdida na vida!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.