A recente aprovação, pela Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, de um programa voltado à ampliação da acessibilidade em Libras representa um passo importante para a construção de uma cidade mais inclusiva. A medida traduz um avanço concreto na comunicação entre o poder público e a comunidade surda, reconhecendo o direito de todos à informação e à participação social plena.
Vale ressaltar que a acessibilidade linguística é um dos pilares da cidadania. Quando uma pessoa surda consegue acompanhar uma sessão legislativa, uma aula, uma notícia ou um atendimento público em sua própria língua, ela passa a entender e também pertencer. A Libras, como idioma oficial da comunidade surda, precisa estar presente em eventos, transmissões e serviços públicos. A adoção de intérpretes e a promoção de cursos e capacitações internas fortalecem a autonomia das instituições e consolidam o respeito à diversidade humana.
Entretanto, a inclusão não pode se limitar à comunicação por sinais. É fundamental que o olhar da sociedade e do poder público se estenda também à acessibilidade em Braile, garantindo que pessoas cegas ou com deficiência visual tenham o mesmo direito de acesso à leitura, à informação e à cultura. Se a Libras dá voz às mãos, o Braile dá vida às palavras. Juntas, essas linguagens ampliam fronteiras e unem mundos antes separados pelo silêncio e pela ausência de recursos adequados. É oportuno que se diga que nosso município dispõe de acanhada literatura em Braile.
A acessibilidade plena exige continuidade, investimento e consciência. Mais do que cumprir leis, trata-se de promover pertencimento e dignidade. Que Jaraguá do Sul siga sendo exemplo ao reconhecer que uma cidade verdadeiramente desenvolvida é aquela que se comunica com todos, e em todas as línguas possíveis.