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Leite derramado – Leia a opinião de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

06/09/2022 - 05:09

Todos nós temos passado. Quanto mais velhos ficamos, mais saudade vamos sentindo. Nada contra, é bom lembrar os momentos alegres que vivemos com os pais, com amigos, com colegas, com ele ou com ela, com a vida, enfim. Momentos vividos. Mas há uma saudade que é corrosiva, essa nos aperta o emocional, nos faz olhar para trás e dar o suspiro inútil: é a saudade do passado não vivido.

Duvido que tenha nascido até hoje quem não tenha essa saudade do passado não vivido, da vida que podíamos ter vivido e não vivemos. Pior ainda, saudade dos bons momentos que vivemos sem ter tido a consciência de que eram momentos lindos. Esse laço a vida nos dá no lombo das pressas em que vivemos ou, mais realisticamente, nas desatenções em que costumamos viver. Lembrança dos bons momentos que não foram conscientemente bem aproveitados, bah, dói muito. Momentos que deixamos passar, plenos de juventude e saúde.

Agora, me diga, adianta dar hoje esses suspiros? Claro que não, pelo contrário, essas lembranças nos afundam mais, afinal, estamos olhando para trás. E ninguém jamais voltou como ninguém jamais vai botar o pé no futuro. Só temos o aqui e agora e, se é assim, e é, acordemos. Viver este momento aqui onde estamos é toda a nossa chance. O sapato da vida está nos apertando? Tirá-lo agora e nem pestanejar, vale dizer, um casamento sem graça não pode, não deve ser levado adiante. Ele vai ficar pior mais tarde, quando lembrarmos do tempo perdido e da insensatez da persistência sobre um leite derramado… Casamento que não fecha nos prazeres recíprocos é leite derramado. Acabá-lo agora.

As mulheres que deixem de ser trouxas esperando que o machinho existencialmente impotente vai se curar, que ela vai corrigi-lo. Vida é aqui e agora, olhar para trás e suspirar é comportamento de quem não teve consciência quando devia tê-la. O passado não vivido e hoje suspirado é perda de tempo psiquiátrica, doença mental, afinal, quem não sabe que não podemos chorar pelo que já foi ou pelo que não soubemos aproveitar? Tocar o burrico pra frente, o burrico somos nós, os chorosos pelo ontem. Só há vida no hoje, ter essa consciência é a única via que nos pode fazer felizes.

PERFEIÇÃO

As pessoas negam, mas muitas agem dentro das pressões do perfeccionismo, ainda que façam um trabalho mal feito. Isso resulta da ansiedade produzida pela baixa autoestima. Claro que cirurgiões, paraquedistas e algumas outras atividades “exigem” que a pessoa se cuide muito, se exija perfeccionismo. Fora disso, nossas correrias para fazer tudo de modo irrepreensível vêm da nossa pequenez diante do espelho da vida. Vendo-nos “pequenos”, queremos ser perfeitos.

SIMPATIAS

Temos que ter uma conduta honesta, educada, simpática, mas… É preciso saber que mesmo que sejamos anjos aqui na Terra, sempre vai haver quem não goste de nós, logo, é perda de tempo desejar que todos nos apreciem. Aliás, sabemos disso por nós… Agora, fique claro, não é por duvidarmos de alguém que vamos ser grosseiros de modo antecipado. Ficando na nossa, com boa educação, é suficiente, vamos dormir em paz. Os outros que percam o sono…

FALTA DIZER

Crianças ordinárias se revelam nos detalhes. A repórter de uma tevê entrevistava uma professora e os alunos, saindo da escola, postavam-se atrás da professora fazendo gestos para a câmera. – Ah, estavam se divertindo! Vadios se divertem fazendo o que não devem, revelam a educação que não têm e a vidinha caseira com os pais irresponsáveis no educar. Têm que ser “corrigidos”…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.