Por que as pessoas fazem psicoterapia? Por duas razões: querem ser felizes, aliviar suas inquietações emocionais e ter alguém a quem desabafar as recalcitrantes inquietações… Por isso. Ocorre que ninguém nos muda se não nós mesmos. De onde vêm nossas inquietações emocionais, alicerces da nossa vida eivada de aborrecimentos, nem quero dizer infelicidade? Vêm dos nossos pensamentos, dos nossos valores na vida, afinal, quem não sabe que os nossos problemas quando são vividos por outras pessoas não nos afetam em nada? Nós somos soldados cumpridores de ordens ditadas pelo nosso inconsciente ou mesmo pelo nosso metido a sebo consciente. Coisa chata ter que viver repetindo, antes de tudo para mim mesmo, que tudo não é o que é, tudo é o que penso, pensamos ser… As coisas não são o que são, as coisas são o que fazemos delas. Agora tem uma coisa, mudar o modo de pensar, de dar valores ao que até hoje nos ocupou a cabeça é muito difícil, convencionalmente, impossível. Dizendo isso, me lembro, outra vez, de uma história do filósofo Buda, muitos séculos antes de Cristo, que um dia foi procurado por um jovem príncipe que vivia uma vida infeliz, ainda que nadasse em dinheiro, jóias, riquezas de todo tipo. Um dia, ouvindo falar de Buda, o jovem saiu a procurá-lo e o encontrou vagando pelas ruas. O jovem identificou Buda, chegou-se até ele e pediu um conselho, ele queria ser feliz. Buda nem piscou, disse ao jovem príncipe: – “Larga o que tens nas mãos e me segue”! E o jovem vacilou: – “Mas só isso”? Só isso, respondeu Buda. O jovem soltou na calçada a bolsa que trazia com ele, bolsa cheia de pepitas de outro e jóias caríssimas, tudo de sua riqueza como príncipe, quase rei… O jovem largou a bolsa na calçada e seguiu Buda. Andaram alguns passos, Buda olhou para o jovem príncipe e disse enfático: – “Eu disse “larga”! O jovem tinha feito o que nós fazemos com os nossos aparentes desapegos, dizemos que não os temos mais, que não queremos mais, seja o que for, mas por dentro, no subconsciente, continuamos apegados. E desse modo é impossível ser feliz. Sem desapego e visão clara dos nossos equívocos na vida, vamos continuar amarrados aos nossos valores e crenças vãs…
MEMÓRIA
Meus arquivos de jornais me atiçam a memória. Um exemplo? Histórias dos arquivos nos lembram que por muitos anos os filmes de Hollywood foram as nossas mais habituais distrações, um sucesso. E vendo aqueles filmes históricos, pensávamos na felicidade daqueles grandes atores e atrizes, pessoas que nos ficaram na memória. Tudo enganação, eram extremamente infelizes fora das telas. Ontem como hoje, as aparências enganam…
REPETIÇÃO
A família tem a obrigação de ser a primeira e melhor escola das crianças. Às últimas horas, em Brasília, um pai foi ao colégio da filha surrar o professor. Tudo porque o professor advertira a guria sobre o celular que ela estava usando de modo proibido em sala de aula. Ela avisou o pai “pelo celular”, e o pai vagabundo foi surrar o professor. Se ele fizesse isso na “minha escola” iria se arrepender pela “eternidade”. Ordinário que não educa. Como tantos e tantos por aí…
FALTA DIZER
Sujeito bem conhecido em Santa Catarina foi chamado para fazer uma palestra sobre saúde mental no mundo empresarial, só que… Esse sujeito ao casar tirou a esposa do trabalho dela, trabalho bem “iluminado”, fez isso, aposto, por medo das luzes sobre ela. Grandeza nos negócios não significa grandeza no caráter.