Largar as bengalas – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

07/08/2024 - 07:08

Espere, é para largar as bengalas se eu, você, a mãe Joana não estiver doente, precisando de uma bengala. Eu falo das bengalas emocionais, as que mais usamos e, não raro, de modo descarado. Nunca falo senão diante de fatos, tenho agora dois. Primeiro fato, um cantor (dito famoso, mas para mim sem voz nem talento) dizendo que descobriu um calmante natural que o faz dormir. Coitado, está usando e dependendo de uma “bengala”, a bengala do anestésico e do engano. Ou dormimos pelo sono natural ou que limpemos nossa cabeça das sujeiras que a tiram do sono. Conta atrasada? É trabalhar, dar duro e pagar. Casamento ruim? É parar, pensar, tentar um jeito ou fazer a mala e dar no pé. Trabalho enjoado, mal-pago? Melhorar a performance ou pedir demissão, ué, não se garante? Vale para tudo e para todos nós. Dormir sob efeito de calmantes não produz bom sono e encurta a vida do “consumidor”, não sou eu a dizer, são centenas de pesquisas mundiais. O segundo fato, uma lição a produzir rubor em muitos rostos. Rostos ou caras? Mariana Pajón é ciclista, colombiana, participou das Olimpíadas de Paris. Ouça: ela já participou de 18 campeonatos mundiais, ganhou medalhas de ouro nas Olimpíadas de 2012 e 2016, e prata em Tóquio, mas… Para chegar “viva” a Paris, Mariana já sofreu, ouça: 25 fraturas graves, tem 12 parafusos no corpo, passou por 8 cirurgias e inúmeras rupturas de tendões… E por aí vai, ela e outros tantos e tantos dos que vemos como arrojados e vencedores em competições extremamente exigentes. E daí, desistiram? Não, estão firmes e fortes buscando mais “ouro” e sucesso. É assim que tem que ser a vida, seja sob o aspecto que for, todavia… Conheço gente que pela manhã dá um espirro e grita para a mãe: – “Mãe, liga para a empresa e diz que hoje não vou trabalhar, estou doente”! Quantos diante de um pequeno desafio gemem e desistem? Jogadores de futebol têm um probleminha no joelho e abandonam o time e a Seleção… Já os olímpicos da vida sofrem incontáveis lesões nos joelhos, levantam e partem para a reação. Bons exemplos, não é mesmo, Neymar? De fato, a vida é uma luta renhida, que aos fracos abate e aos fortes só faz exaltar… (Gonçalves Dias (1833/1864).

REPETIÇÃO

Sim, volto ao assunto, jamais vou silenciar diante da brutalidade. Imprensa anunciou que um “atleta” brasileiro foi impedido de uma competição (competição?) no hipismo das Olimpíadas. Razão? O cavalo sangrava. Mas o brasileiro que tentou a defesa disse que o sangramento não veio da “espora”, mas de um atrito da barrigueira, equipamento que segura a sela com o corpo do cavalo. O cara falou em “espora”? Você já viu uma espora de perto? Acabar com essa estupidez, definitivamente.

BURRICE

Ouvi a história nos pormenores. Um sujeito, amigo de um amigo, jogou e “ganhou” mil reais num jogo eletrônico, online. Bah, o parvo ficou numa felicidade danada e não parou mais. Já perdeu mais do que tinha e está fazendo pesado tratamento psicoterápico para tentar sair do vício, da dependência. E os pais, falam disso com os filhos? “Vacinam” os filhos contra a jogatina eletrônica, hein, pais irresponsáveis? Santo Deus, que futuro!

FALTA DIZER

Nos circos, pelo menos aqui no Brasil, acabaram com as “exibições artísticas” feita com animais. Usavam dos bichos para fazer gracinhas e ganhar dinheiro. Sem essa. Em nenhuma competição ou “diversão” os bichos podem ser usados, mal- tratados, pobrezinhos. Do elefante ao passarinho, liberdade e respeito.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.