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Lances finais – Claudio Prisco Paraíso

Foto: Divulgação

Por: Claudio Prisco Paraíso

01/10/2024 - 06:10 - Atualizada em: 01/10/2024 - 09:36

 

Entramos na semana derradeira às eleições de 6 de outubro. Em Santa Catarina, em jogo, 295 municípios. Seguramente, 292 terão seus prefeitos escolhidos no próximo domingo. Possibilidade de segundo turno apenas nas três maiores cidades.
Pela ordem, Joinville, Florianópolis e Blumenau. Tirando uma média das pesquisas internas divulgadas nas últimas semanas, é fácil concluir que, em Joinville, salvo algo muito inesperado, Adriano Silva, do Novo, será reeleito no primeiro turno.
Em Florianópolis, tendência também pela recondução do atual titular, Topázio Silveira Neto, do PSD, mas, evidentemente, já com sinalizações claras de que estará num partido do leque de alianças vinculados ao governo do Estado.
Por último, Blumenau. Ali há uma inclinação por eleição em dois turnos. Até porque, além de Egídio Ferrari, do PL, que lidera a corrida, temos outros dois candidatos com percentuais significativos.

 

Dupla

Odair Tramontin, do Novo, e Ana Paula Lima, do PT. Também pela média das pesquisas, a tendência seria Egídio contra Tramontin. Mas não dá para subestimar a força petista, mesmo que seja no médio Vale Itajaí, região mais bolsonarista do Brasil.

 

Vale

Muito bem, temos que apreciar o que sairá das urnas no próximo domingo, excluindo esses maiores municípios, ou apenas um, que não seja definido o pleito, no caso Blumenau.

 

Projeto 2026

Agora, a obrigação por um crescimento, por um desempenho mais favorável, é do PSD. Afinal de contas, o partido está numa situação em que não tem o governo do Estado. A máquina é pilotada por Jorginho Mello, do PL, e não tem o apoio de Jair Bolsonaro, principal eleitor de Santa Catarina. O PSD, além disso, desse desconforto histórico de estar longe do poder estadual, não dispõe de nome com amplitude estadual.

 

Caminho natural

Que é o caso do Jorginho Mello, que já disputou o Senado em 2018 e se elegeu governador em 2022. Quem que o PSD tem? João Rodrigues, que é o nome de Chapecó, mas está sendo reeleito pela segunda vez para um quarto mandato.

 

Regionalismo

É fundamental observar como ele vai se comportar, pelo menos na região Oeste. Vencerá em Chapecó, mas vai perder nos principais municípios do Grande Oeste, que reúne 95 cidades como Concórdia, Caçador, Joaçaba, Xanxerê, Videira, São Miguel do Oeste e daí por diante.

 

Território

O mesmo serve para Adriano Silva do Novo. Como será o resultado em São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, Itapoá, Guaramirim, Mafra, Canoinhas, Rio Negrinho, Araquari? Isso influenciará para mostrar até que ponto esses dois nomes estarão em condições de enfrentar uma eleição estadual.

 

Polos

Mas, retornando ao PSD, tem também a eleição de Criciúma. Se o PSD ganhar em Criciúma e Chapecó, estará bem posicionado em dois municípios importantes, entre os maiores do estado. Estratégico, mas não decisivo para contrabalançar o fato de Jorginho Mello já ser um nome estadual, de ter a máquina do estado em suas mãos e ter o apoio de Jair Bolsonaro. E não será de outro.

 

Máfia

Tanto é que Bolsonaro já deixou claro a João Rodrigues, do PSD, do chefão Gilberto Kassab, considerado o grande mafioso das articulações políticas no Brasil.
É bem provável que João Rodrigues não tenha saída do seu PSD. Se não fizer esse movimento, vai disputar a eleição contra Jorginho, assim como outros quatro disputaram em 2022. Perderam. Estamos falando de Esperidião Amin, Carlos Moisés, Gean Loureiro e Odair Tramontin. Só pra ficar no campo da centro-direita.

 

Replay

E quem o PSD apoiou no União Brasil, Gean Loureiro, chegou em quarto. Se o PSD não der de lavada nos grandes e médios municípios, João Rodrigues tem tudo para repetir Gean Loureiro daqui a dois anos.

 

Amargura

Quarto lugar, atrás até do PT. Porque João Rodrigues é popular em Chapecó, é forte em Chapecó. Se ele ganhar em municípios importantes do Grande Oeste, até pode tentar buscar um terceiro lugar em 2026.

 

Telhadão

Caso contrário, a perspectiva é limitadíssima. Até porque o prefeito de Chapecó padece de vulnerabilidades mil. Não apenas sobre o aspecto político, mas também no contexto pessoal.

 

Ficha

Frequentador da Papuda, aonde dividiu cela com o Zé Dirceu. Refugiado no Paraguai para não ser preso, com imagens de algema em Guarulhos e outras coisitas mais.

 

Desafiante

Noves fora a peripécias de João Rodrigues, a obrigação maior de ganhar municípios de grande e médio porte é do PSD, um partido controverso, que gosta de estar no governo.

 

Convicção pra que

Tanto é que está no governo Lula, está no governo Tarcísio de Freitas e tantos outros governos. Os pessedistas, poderíamos dizer, são aqueles perseguidos pelo poder.

 

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