O governador Jorginho Mello embarca nesta sexta-feira para mais uma missão internacional. O destino agora é a Ásia: Japão e China. A viagem terá duração de doze dias e contará com secretários de Estado e empresários na comitiva. A agenda é densa e estratégica. O tema central será o combate à gripe aviária, que tem impactado diretamente o setor agropecuário catarinense. Além disso, estão previstas reuniões com investidores asiáticos interessados em oportunidades em Santa Catarina.
Quem assume
Durante a ausência de Jorginho, o governo estadual ficará nas mãos de Francisco de Oliveira Neto, presidente do Tribunal de Justiça. Isso porque a vice-governadora, Marilisa Boehm, também viaja — com destino à Europa — para cumprir agenda oficial.
Júlio Garcia fora do páreo
O presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia, terceiro na linha sucessória, foi convidado para integrar a comitiva asiática, mas declinou. E, como Jorginho Mello queria a posse simbólica do chefe do Judiciário, Júlio se licencia do comando da Alesc, mas permanece no estado — cuidando da política.
Equilíbrio delicado
Júlio Garcia evitou o embarque para não demonstrar aproximação com o governador, justamente no momento em que o colega de partido, João Rodrigues, tenta consolidar sua pré-candidatura ao governo em 2026.
Interinidade constrangedora
A investidura de Francisco de Oliveira Neto, no entanto, causou desconforto em setores bolsonaristas. Na semana passada, o desembargador manifestou apoio público ao ministro Alexandre de Moraes, em reação às críticas do Congresso norte-americano às decisões do STF.
Em defesa de Moraes
Segundo ele, o Judiciário brasileiro estaria sob “ataque estrangeiro”. No entanto, as críticas americanas têm foco em decisões unilaterais do ministro Moraes que atingem empresas e cidadãos dos EUA sem devido processo legal naquele país. O gesto pegou mal nos círculos liberais.
Mal-estar com Bolsonaro
Essa situação coloca Jorginho Mello em saia justa. O governador tem ligação estreita com Jair Bolsonaro, que está sendo julgado nesta semana no processo do 8 de janeiro. Moraes é o principal inquisidor do caso, que busca tornar Bolsonaro inelegível — e possivelmente levá-lo à prisão.
Alinhamento mantido
Mesmo assim, Bolsonaro segue alinhado com Jorginho, apoiando sua reeleição. A interinidade do presidente do TJSC, no entanto, pode ser usada contra o governador em articulações futuras.
Caravana eleitoral
Como de praxe, Jorginho levará prefeitos aliados em sua comitiva internacional. A estratégia é clara: reforçar parcerias políticas locais mirando 2026.
Grandes cidades na bagagem
Desta vez, vão os prefeitos Egídio Ferrari (Blumenau) e Adriano Silva (Joinville). Este último, do partido Novo, já fez várias declarações públicas de apoio ao governador.
Consolidação regional
Na última semana, Jorginho esteve em Joinville liberando recursos para a maternidade Darcy Vargas e o hospital Dona Helena. Em evento, Adriano Silva reiterou apoio ao projeto de reeleição do governador. Com isso, Jorginho já conta com quatro dos cinco maiores prefeitos de Santa Catarina em sua órbita — uma vantagem importante na largada rumo a 2026.