“Joinvilenses perdem R$ 83 milhões ao ano escolhendo a poupança. Você é um deles?”

Por: Ana Kamila

11/06/2018 - 14:06

É tempo de se adaptar ao novo cenário de juros no Brasil. O ciclo de cortes iniciado em outubro de 2016 pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) chegou ao fim, mantendo a taxa Selic em 6,50% a.a. A menor média histórica dos últimos 20 anos!

Essa adequação da economia nos faz refletir ainda mais sobre o nosso dinheiro. Como está o desempenho da sua carteira de investimentos?

Hoje o assunto é a poupança: Joinville concentra mais de 2,64 bilhões de reais na poupança (BACEN em fev/2018).

Notamos que o cidadão de Joinville tem o hábito de poupar, mas caso esse dinheiro fosse investido de melhor forma, qual o impacto ao longo dos anos? Surpreendente, logo veremos.

Einstein já dizia: “Os juros compostos são a maior invenção da humanidade, por que permitem uma confiável e sistemática acumulação de riqueza”.

A poupança gera juros, ou seja, o dinheiro também trabalha, mas muito pouco. O hábito de poupar é centenário, a poupança foi criada em 1861 por meio do decreto 2.723, com um rendimento garantido em pelo menos 6% ao ano.

Em 1964, houve a primeira modificação, que incluía uma correção monetária chamada TR – taxa referencial de juros. Devido a intenção de redução dos juros no Brasil, em 2012, a regra da poupança foi ajustada, sendo que todos os novos depósitos passaram a remunerar 70% do CDI sempre que a Selic chegar a 8,5% ao ano ou abaixo disso.

Os depósitos inferiores à data de 03/05/2012 continuam com a remuneração de 0,50% + TR, independentemente da Selic.

O principal ponto a ser analisado numa carteira de investimentos eficiente, é o ganho real. O ganho real é o juro obtido menos a inflação do período (IPCA). A escassez de esclarecimentos sobre o mercado financeiro faz a maior parte dos investidores analisar apenas o ganho nominal, que é o ganho somado mensalmente ao capital principal.

Em 2015, por exemplo, a poupança rendeu 7,94% contra uma inflação de 10,67%. Isso quer dizer que, se você aplicava seus recursos nessa modalidade, perdeu -2,73% neste ano. Essa perda é o poder de compra diminuído, devido o aumento dos preços. É como se o teu dinheiro não estivesse investido, pois ele desvalorizou.

Remuneração insignificante

O cenário atual está proporcionando um ganho de 4,55% ao ano na poupança, que representa 70% da Selic atual. É perceptível que alguns brasileiros mesmo sabendo da remuneração insignificante que a poupança proporciona, ainda mantêm suas grandes economias nesse investimento pelo fato de considera-o mais seguro.

Caros leitores, não é o mais rentável e/ou o mais seguro. Jamais quero tornar a poupança vilã de quadrinhos, mas existem opções mais rentáveis no mercado de renda fixa que contam com a mesma segurança da poupança, que é de R$ 250mil reais por banco e por CPF. Essa garantia provém de uma instituição privada mantida pelos bancos, chamada FGC – Fundo Garantidor de Crédito.

Quero mostrar um exemplo, partindo do raciocínio:
O CDI é um indicador econômico utilizado como remuneração e benchmark na maior parte dos investimentos e está atrelado a taxa de juros – Selic.

Vamos comparar a rentabilidade da poupança no período de janeiro/2017 até dezembro/2017 com um investimento de renda fixa que também é isento de imposto, a LCI – Letra de Crédito Imobiliário.

A forma mais comum de remuneração da LCI é pós-fixada, ou seja, uma taxa contratada que acompanha o CDI/Selic.

Um investidor com 100mil reais ao final de 2017 teria R$ 106.570,00 investindo na poupança, enquanto o valor aplicado em uma LCI a 98% do CDI, renderia 9,73%, ou seja R$ 109.731,39. Em 10 anos, a diferença é de 72% a mais na LCI! E quanto isso vale? R$ 64.126,45 a mais no seu bolso, devido o trabalho dos juros compostos. Belo conceito de Einstein!

Não podemos nos esquecer do ganho real: a poupança timidamente teria obtido um ganho de 3,51% acima da inflação, enquanto a LCI alcançado 6,58% acima da inflação.

Então quer dizer que agora eu devo resgatar todo o meu dinheiro da poupança e buscar novos investimentos? Quase isso! Utilize a poupança para administrar os seus gastos mensais, o que é atribuído para o dia a dia.

E não estou considerando o valor para a reserva de emergência! Esse montante também tem destino melhor do que a poupança, por meio dos fundos de investimento em renda fixa com resgate imediato, por exemplo.

Dica que vale seu o primeiro milhão:

Invista na sua educação financeira. O tempo que você tem para poupar + o dinheiro que você pode poupar são teus aliados. Disciplina e juros andam lado a lado, e se você investir melhor o seu dinheiro, chegará lá mais rápido.

Os investidores da poupança em Joinville deixaram de ganhar 83 milhões em 2017 por não buscarem uma alternativa de investimento melhor.

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Ana Kamila

Assessora de investimentos da Patrimono. Ajudando você a poupar e cuidar melhor dos seus investimentos.