Após anos de instabilidade econômica o país apresenta um cenário de inadimplência que inspira atenção. Para empresas e consumidores, o desafio será administrar dívidas crescentes em um ambiente que exige disciplina financeira e capacidade de adaptação.
As projeções apontam que a inadimplência continuará pressionada. O impacto do crédito caro, aliado ao comprometimento da renda das famílias, tende a manter altos os índices de atraso nos pagamentos – tanto no varejo quanto no setor produtivo.
O planejamento estratégico ganha protagonismo. Para o empresariado, especialmente em polos industriais, antecipar riscos e adotar práticas preventivas pode ser o diferencial entre a sobrevivência e a retração. Reavaliar contratos, revisar prazos com fornecedores e adotar tecnologias de controle financeiro não são mais medidas de exceção, mas parte da nova rotina de gestão.
Contudo, é essencial ir além da prevenção: a adoção de medidas ativas de recuperação de crédito deve ser prioridade. Instrumentos jurídicos e extrajudiciais bem estruturados podem fazer a diferença na manutenção do fluxo de caixa, na preservação da saúde financeira e na contenção dos prejuízos provocados pelo não pagamento. A cobrança eficiente, pautada por estratégias legais e técnicas de negociação, deve ser entendida como uma aliada da sustentabilidade dos negócios.
O aumento de atrasos pode ser o gatilho para movimentos corretivos importantes. Famílias e empresas que buscam renegociações, consolidam dívidas e organizam seus passivos se colocam em melhor posição para atravessar essa fase crítica. Já os credores que se posicionam de forma proativa, estruturando políticas de recuperação e adotando medidas céleres, aumentam significativamente as chances de reaver os valores devidos.
Neste ano se mostra fundamental uma reeducação financeira, políticas públicas voltadas ao consumo consciente e, principalmente, ações efetivas de recuperação de crédito no setor privado.
Em tempos desafiadores, o protagonismo está nas mãos de quem age com estratégia. Em 2025, mais do que nunca, antecipar riscos, estruturar ações de recuperação e buscar orientação jurídica especializada será o caminho mais seguro para enfrentar o cenário adverso da inadimplência e transformar obstáculos em oportunidades.
Por:
Dr. Augusto Martiniano Cardozo Neto
OAB/SC 36.993
[email protected]