IDOSO AO VOLANTE

Foto: divulgação

Por: Dr. Vicente Caropreso

13/06/2024 - 10:06 - Atualizada em: 13/06/2024 - 15:48

A Terceira Idade é a fase da vida da tranquilidade, do estacionamento mais fácil, de pegar menos filas, mas, obviamente, a idade impõe algumas limitações. Uma delas é dirigir veículos automotores.

A legislação brasileira não determina idade para parar de dirigir, mas a validade da carteira de motorista muda de acordo com a idade. Até os 49 anos, a carteira vale por dez anos. Entre os 50 e 70 anos vale por 5 anos. Depois dos 70 precisa renovar a cada 3 anos.

Mesmo que o idoso tenha passado no teste, seu estado de saúde pode ter declinado depois disso. Cabe a ele, com incentivo familiar, deixar o carro de lado. As transformações, principalmente após os 80 anos, podem acontecer de forma muito abrupta, aí vale o bom senso.

A limitação de movimentos pode dificultar dirigir, nesse caso, pode compensar algumas perdas, trocando para um carro automático que exige menos movimentos, por exemplo.

Tecnologias como sensores, câmera de ré e GPS também podem ser úteis se o idoso se sentir confortável para usá-los.

Deficiências na visão e audição, demência, sequelas de AVC e infarto, algumas medicações, alterações na atenção, memória e reflexos podem impedir o idoso de dirigir.

Pode não ser fácil conscientizar o idoso a diminuir o ritmo, principalmente se ele dirigiu a vida toda. Se estiver na ativa, mas enfraquecendo, vale pedir para evitar vias movimentadas demais, horários de pico ou viagens longas

Só não é indicado dirigir esporadicamente, pois o idoso pode perder o hábito e os reflexos necessários para a atividade. Cada caso deve ser avaliado individualmente e a palavra final sobre o assunto cabe ao médico, que deve contar com o apoio da família, quando há constatação de comprometimento físico ou cognitivo irreversível ou grave e que ofereça riscos para a saúde e a integridade do idoso e para as demais pessoas nas ruas.

A avaliação médica é essencial para definir a hora de parar.

Se o idoso não tiver mais condições de dirigir, deve ser informado que já não é mais seguro que ele dirija mesmo que ainda tenha a carta de motorista válida.

 

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Dr. Vicente Caropreso

Deputado estadual catarinense, médico neurologista e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência.