Hora para tudo – Luiz Carlos Prates

Por: OCP News Florianópolis

02/08/2023 - 06:08

Vivemos dizendo que para tudo tem hora. Mas que fique claro, para tudo tem a hora certa e a hora errada. Muitos, por ignorância ou mau-caratismo, dizem coisas que não deviam dizer e, é claro, em hora errada. Vou dar um exemplo bem comum. O marido está na sala vendo televisão, a mulher ao lado dele. De repente, aparece uma apresentadora ou uma entrevistada no programa a que estão assistindo e o marido diz – “Que mulher bonita, bota bonita nisso”! Ou faz uma alusão qualquer sobre o corpo da mulher, elogiando-o, é claro. Essa mulher, a que aparece na tevê, não é nada parecida com a esposa do cara que está fazendo essas observações. E a mulher está ali, ao lado dele e ouvindo tudo. Será que ela vai gostar do que está ouvindo? E se for o contrário, a mulher elogiando um cara bonitão, completamente diferente do marido, um “desajeitado”, para não dizer pior… Será que o “desajeitado” não ficaria com ciúme? São palavras que não devem ser ditas por ninguém e em situações perigosas ou delicadas. Outra coisa é esperar amigos vestindo uma camisa de clube de futebol. Entre os amigos é óbvio que haverá os torcedores contrários, e mesmo entre amigos não é correto, educado, esperá-los de tal modo que possa haver uma antipatia, nem digo discussão. Evitar atritos é bem possível e muito aconselhável e que não venha alguém dizer que isso não é possível. Eventualmente podemos sair dos trilhos por uma imperdoável desatenção, mas tal descarrilamento não acontecerá se prestarmos atenção aos sinais que nossos amigos vivem nos passando. E passam de modo natural, sem que eles mesmos se deem conta. E dizendo isso, lembro-me daquela nossa velha conversa por aqui, aquela do evitar os assuntos potencialmente desastrosos num encontro social, como falar de política e religião. Quase sempre vai haver discórdia e até graves antipatias posteriores. Há muitos anos, em Porto Alegre, num encontro de amigos uma colega falou de modo exasperado contra pais que colocam seus nomes nos filhos. Deu um quiproquó. Havia, nesse encontro, dois pais que tinham dado seus nomes aos filhos guris. Dizer o que pensamos pode nos aliviar num certo momento, mas pode nos fazer engolir sapos depois… Melhor é mais ouvir do que falar.

HORROR

Os jovens, maioria, andam fora da casinha. Ouça esta, informação do Mapa do Ensino Superior no Brasil – “Mais da metade (55,5%) dos alunos que entram na faculdade no Brasil desiste dos cursos antes de se formar”. Várias razões, mas, a meu juízo, leviandade dos jovens, falta de orientação profissional e vocacional é a causa principal. Claro, para “outras coisas” são bem espertos. Famílias nem-aí, escolas que não orientam e cabeças perdidas… Dá nisso, o futuro do Brasil.

CAXIAS

Um jornalista, colega, estava preocupado em não chegar atrasado a um compromisso. Lá pelas tantas, ouviu um companheiro lhe dizer: – “Ah, cara, como tu és Caxias”! Essa expressão “ser Caxias” significa ser pontual, responsável, zeloso dos deveres, ser, enfim, uma pessoa ética e cumpridora dos deveres, como o foi o nosso celebrado Duque de Caxias. Esses tipos, os Caxias, estão fora de moda, a começar pelos “velhos”, os que deviam dar os melhores exemplos. Bah!

FALTA DIZER

Fora da camisinha tudo o mais é danação para as mulheres. Ouça esta, leitora: – “Os anticoncepcionais (as pílulas) aumentam o risco de doenças como trombose, câncer, enfarte, além da queda de libido, acne, enxaqueca e cólicas…”. Palavras de um médico no Estadão. E os “machinhos”? Eles mandam… E elas se ferram.

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