Como lidar com o excesso de suor, ou hiperidrose

FOTO: arquivo pessoal l

Por: Giovani W. Mezzalira

26/09/2023 - 11:09 - Atualizada em: 26/09/2023 - 15:10

O suor é fundamental para baixar a temperatura corporal quando existe uma elevação perigosa para às células. Ele é coordenado pelo hipotálamo cerebral e o sistema nervoso simpático. Este controle é perfeito. É criado um ponto de suor para baixar um ponto de temperatura.

Quando ocorre uma desproporção e o suor é maior do que a necessidade, ocorre um erro, que é chamado hiperidrose. Esta condição é dividida em primária e secundária.

A hiperidrose primária é um erro que vem com o indivíduo, portanto, é uma alteração genética do sistema de controle do calor, podendo ser hereditária.

O outro é chamado de hiperidrose secundária, uma condição adquirida, como uma alteração endócrina, infecciosa e outras. A mais comum são as relacionadas ao índice de massa corpórea.

Como o tratamento é diferente para cada uma, o grande detalhe está em diferenciá-las e definir qual linha será usada por primeiro.

FOTO: Paciente pré-operatório

A alteração primária apresenta um suor localizado, seja nas axilas, mãos, pés e crânio facial. É incontrolável e pode piorar com ansiedade. Neste tipo de hiperidrose, o tratamento vídeo cirúrgico é amplamente indicado no mundo todo. A secundária apresenta um suor difuso, mais no verão ou com realização de atividades. Ela pode ser pura ou associada à hiperidrose primária – nesse caso, o tratamento geralmente será o clínico.

Atento aos refinamentos em cima deste diagnóstico e do seu tratamento, a vídeo cirurgia sobre o nervo simpático ainda é o que apresenta menores riscos e as mais altas taxas de sucesso. Entre meados de 1990 até 2007 ocorreu uma evolução técnica da cirurgia. Nestes últimos anos até os dias atuais, a mudança concentrou-se na busca da melhor qualidade de vida após a cirurgia.

FOTO: Paciente pós-operatório

Esta qualidade de vida dependerá do balanço entre os resultados em cima do suor em excesso que trouxe o paciente ao consultório, e a mínima taxa de complicação. Analisando as taxas de sucesso, os pontos de suor axilar e palmar ficam acima de 95%, o odor axilar obtém uma melhora acima de 80%, o rubor e suor crânio facial obtém taxas acima de 70% de melhora.

Dentro das complicações há a hiperidrose compensatória, que é um suor localizado geralmente no abdome e costas, podendo ser leve, moderado ou intenso. Essa deve ser colocada no topo, como a principal culpada dos casos de insatisfação no pós-operatório.

A busca pela melhora da qualidade de vida se fundamenta em uma consulta e exames, no qual o diagnóstico pode ser definido entre os tipos de suor em excesso, primário ou secundário, naqueles casos onde a indicação vídeo cirúrgica é o tratamento de escolha se torna fundamental a observação de alguns critérios que selecionarão os pacientes aptos ou não aptos para este tratamento.

A contraindicação mais comum do procedimento se deve à hiperidrose compensatória intensa. Por este motivo, é de vital importância tratar previamente qualquer causa de hiperidrose secundária, dentro delas as alterações do Índice de Massa Corpórea, ou popularmente falando, a obesidade.

Hoje em dia, quando a cirurgia pode ser apresentada como o tratamento adequado, 98% das realizadas duram 45 minutos e podem ter alta no mesmo dia. Os resultados obtidos por um acompanhamento em sete dias, 30 dias, seis meses e um ano mostram uma melhora da qualidade de vida de forma definitiva.

Estes resultados são consagrados por trabalhos espalhados em todos os cantos do mundo e a experiência é a pedra fundamental.

 

Após quase 23 anos em Jaraguá do Sul, com mais de duas mil cirurgias para o tratamento do suor, posso dizer que o mais importante não é a cirurgia, mas sim, o entendimento sobre todos os temas que permeiam o suor excessivo.

Só após uma consulta esclarecedora, com os dois pés no chão, é que se pode optar pela forma de tratar esta patologia, seja clínica ou cirúrgica. Patologia esta, que gera problemas tão íntimos, atormentando o dia a dia de muitas pessoas. A fobia social que muitas vezes surge, ora mais intensa, ora menos, só é realmente sentida pelos portadores de hiperidrose.

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