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Golpes, de novo… e de novo e de novo…

Freepik

Por: Raphael Rocha Lopes

29/07/2025 - 16:07 - Atualizada em: 29/07/2025 - 16:10

“♫ Nós não vamo paga nada/ Nós não vamo paga nada/ É tudo free!/ Tá na hora, agora é free/ Vamo embora dá lugar pros gringo entrar/ Esse imóvel tá pra alugar” (Aluga-se; Raul Seixas).

Já tratei do tema golpes digitais várias vezes nas minhas colunas e publicações das redes sociais. Infelizmente parece nunca ser suficiente. Parece que o Brasil virou um paraíso para os golpistas digitais.

No dia a dia do meu escritório, atendemos vítimas de golpes digitais das mais diversas naturezas, modelos e sofisticações. Nos últimos meses enfrentamos situações de golpes do amor, da recompensa para tarefas diversas na internet (ou do trabalho sem sair de casa), do novo aplicativo do banco, do falso advogado, da falsa compra (ou da falsa central), do curso e investimentos em criptomoedas.

Mas os golpistas não param por aí. Também já tivemos clientes que se depararam com outros golpes: da novinha, do boleto, multa ou aviso de governo (em pdf), do presente, da biometria, do emprego, do anúncio clonado (de compra e venda de carro ou de aluguel de imóvel – principalmente na praia), do perfil falso de hotel ou restaurante, da herança em outro país.

Parece que a criatividade criminosa e o desprezo pelas vítimas nunca acabam. Toda semana tem novidade nesse mercado sinistro.

Métodos e alternativas

Os métodos dos criminosos cibernéticos variam conforme o tipo de golpe e organização do bando. Pode ser uma simples ligação ameaçadora com informações colhidas nas redes sociais, pode ser um trabalho mais sofisticado com engenharia social (a criação de toda uma história que vai enredando a vítima aos poucos de uma forma que ela demora a perceber que está caindo ou que caiu em um golpe).

Às vezes os criminosos conseguem tudo em meia hora; outras levam meses para chegar ao seu objetivo. Por isso, pode se dizer tranquilamente que há grupos criminosos efetivamente organizados para aplicar golpes pela internet ou utilizando meios da internet. Existem, inclusive, manuais de como aplicar golpes e com o passo a passo para várias categorias de golpes circulando pela internet.

Como sempre digo, na vida concreta ou no meio digital, existem dois tipos de criminosos: o oportunista e o que tem um objetivo específico. Contra este segundo, impedi-lo de buscar seu intento é difícil. Já contra o bandido de oportunidade, aquele que se aproveita do primeiro desavisado que passar pela sua frente ou pela sua timeline, há alternativas de defesa.

Desconfie de promessas ou promoções milagrosas, não seja ganancioso (não existe almoço grátis) ou não se ache o cara mais esperto do mundo; nunca passe informações por telefone ou WhatsApp para desconhecidos (e se supostamente for do banco, vá até sua agência e passe pessoalmente para seu gerente); não deixe as pessoas tirarem fotos ou fazerem vídeos de você para confirmar o que quer que seja (você pode inclusive se negar à biometria facial de seu prédio, escola ou academia, se quiser). Senhas, ah, as senhas! Sempre fortes (compridas e com caracteres especiais e números misturados). E troque-as com regularidade.

Não clique ou aperte em links ou arquivos em pdf recebidos de desconhecidos (aquele falso boleto provavelmente abrirá uma porta tenebrosa no seu celular ou computador para os bandidos). De vez em quando dê uma olhada no site do Banco Central se não há empréstimos em seu nome.

Há muitas outras dicas que não cabem aqui neste texto, mas o essencial é você ter atenção e, na dúvida, não seguir. Converse com alguém de confiança, realmente próximo, para esclarecer sempre que acreditar que tem alguma coisa errada. Sem vergonha. É melhor atrasar por precaução do que perder muita coisa por precipitação.

 

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Raphael Rocha Lopes

Advogado, autor, professor e palestrante focado na transformação digital da sociedade. Especializado em Direito Civil e atuante no Direito Digital e Empresarial, Raphael Rocha Lopes versa sobre as consequências da transformação digital no comportamento da sociedade e no direito digital. É professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário Católica Santa Catarina e membro da Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs.