♫ “We’re driving Cadillacs in our Dreams/ But everybody’s like/ Cristal, Maybach, diamonds on your timepiece/ Jet planes, islands, tigers on a gold leash We don’t care/ We aren’t caught up in your love affair?”♫ (Royals; Lorde)
O crescimento exponencial de plataformas como a OnlyFans tem provocado debates intensos sobre seus impactos na sociedade, especialmente entre adolescentes. Embora o site exija que seus criadores de conteúdo tenham pelo menos 18 anos, há evidências de que adolescentes estão sendo influenciados por essa cultura digital, o que levanta preocupações sobre saúde mental, identidade e sexualidade.
Para quem não conhece ou nunca ouviu falar, a OnlyFans, criada em 2016, é, hoje, a mais famosa plataforma por assinatura, popularizada especialmente por permitir que usuários vendam conteúdos exclusivos – muitos deles sensuais ou explícitos (pornográficos) – diretamente aos seus seguidores. Nela, os chamados criadores monetizam seus conteúdos.
Atualmente há muitos famosos e ex-famosos vendendo de imagens dos próprios pés até muitas outras lá. Tem conteúdos não sexualizados também, mas a fama dessa plataforma não é por causa desses segmentos.
Lucro e validação social
A promessa de ganhos financeiros rápidos e a validação por meio de curtidas e seguidores têm atraído jovens para o universo do OnlyFans.
Um relatório da VoiceBox destaca que muitas adolescentes expressam o desejo de ingressar na plataforma assim que atingirem a maioridade, influenciadas por narrativas que romantizam o empoderamento sexual e a independência financeira. No entanto, essa busca por aprovação pode levar a uma hipervalorização da aparência física e da sexualização precoce.
Mais do que isso. Estudos indicam que a exposição constante a conteúdos hipersexualizados pode afetar negativamente a autoestima e a saúde mental dos adolescentes. Pesquisas já categorizam como “Gereação OnlyFans”, sugerindo uma correlação entre a cultura da hipersexualização nas redes sociais e o aumento de sintomas depressivos, especialmente entre meninas. Além disso, a pressão para se conformar a padrões estéticos irreais pode levar a distúrbios alimentares e outras questões de saúde mental.
Desafios para pais e educadores
A rápida evolução do ambiente digital apresenta desafios significativos para pais e educadores. É essencial promover uma educação sexual abrangente que vá além da biologia, abordando temas como consentimento, autoestima e os perigos da exposição online. Além disso, é crucial incentivar o pensamento crítico sobre os conteúdos consumidos e compartilhados nas redes sociais.
Há de se considerar, ainda, que, como dito no início do texto, apesar destas plataformas serem proibidas para menores de idade, há dúvidas quanto a uma efetiva fiscalização por parte delas. Ano passado, por exemplo foi aberta uma investigação contra a plataforma citada no Reino Unido por este motivo.
O fato é que a influência de plataformas como o OnlyFans na formação da identidade e sexualidade dos adolescentes é um fenômeno complexo que exige atenção e ação coordenada de toda a sociedade, embora aos pais caiba a maior atenção do que seus filhos estão vendo ou frequentando na internet.
É fundamental criar espaços seguros, especialmente nas escolas, para o diálogo aberto, onde os jovens possam expressar suas dúvidas e preocupações sem julgamento, promovendo assim um desenvolvimento saudável e equilibrado em meio à era digital.