Disparada da folha de pagamento é reflexo da municipalização de serviços
As prefeituras brasileiras estão entre o fogo da crise econômica e a frigideira da demanda do eleitor por melhores serviços. Desde 2000, os gastos anuais per capita com os servidores municipais subiram 210,5%: para cada brasileiro, o gasto por ano com o funcionalismo municipal passou de R$ 216 para R$ 671.
Apontada em estudo inédito da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Dapp), a disparada da folha de pagamento municipal é reflexo da municipalização de serviços desde a Constituição de 1988. Com mais atribuições, os municípios precisaram contratar mais gente e comprometeram o orçamento com a folha, deixando pouco espaço para investir. Soma-se a isso a crise fiscal dos estados e da União, de onde vem boa parte do dinheiro repassado às prefeituras. Está criado o quadro de municípios quebrados que aguarda os próximos prefeitos.
Baseada em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2014 e coordenada pelo diretor da FGV/Dapp, Marco Aurélio Ruediger, a pesquisa mostra que, apesar de também terem subido, os gastos per capita com funcionalismo estadual e federal cresceram bem menos no período (85,7% e 74,2%).
Das três esferas, a municipal foi a mais sobrecarregada. “Ganhou responsabilidades em áreas como Saúde e Educação; no entanto, muitos municípios não têm capacidade de gerar receita e dependem de repasses dos outros níveis de governo, que também enfrentam crise”, diz Amaro Grassi, um dos pesquisadores do estudo. “E essa demanda não diminuirá. Desde os protestos de 2013, tem sido uma pressão crescente por acesso e qualidade”.
Juros devem se manter
Os analistas mantiveram pela terceira semana seguida a previsão para a taxa básica de juros ao fim deste ano em 13,75%. Desde julho do ano passado, a Selic está em 14,25% ao ano. Também na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter os juros inalterados.
Projeção do PIB piora
Analistas consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) pioraram a previsão para o desempenho da economia. De acordo com o relatório Focus, em vez de encolher 3,16%, o Produto Interno Bruto (PIB) deve registrar um tombo de 3,20%. Já a pesquisa indicou melhora para ano que vem, passando de expansão de 1,23% para 1,30%.
Cotação do dólar
A cotação do dólar no fim de 2016 foi revista para baixo pela segunda semana consecutiva. Em vez de R$ 3,29 os analistas agora esperam que a moeda americana seja vendida a R$ 3,26. Em dezembro de 2017, a divisa deve ser negociada a R$ 3,45, mantendo-se neste valor há duas semanas.
Queda nas vendas
O setor industrial catarinense registrou queda de vendas de 3,1% em junho frente ao mês anterior; e de 7,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Os dados quebram dois meses de alta na comparação com o mês anterior, situação que havia animado um pouco o mercado, num dos indícios de que a crise estaria perdendo força e dando lugar a uma tímida retomada. A pesquisa foi feita pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc).
Crise mundial
O presidente da China, Xi Jinping, abriu a cúpula do G-20 no domingo com um discurso forte em que manifesta preocupação com as perspectivas para a economia. Ele afirmou que, oito anos depois da crise financeira que atingiu o mundo inteiro, “a economia global chegou a uma nova encruzilhada crítica”. Ele alertou para riscos crescentes de excessiva alavancagem e novas bolhas e chamou a atenção para o aumento do protecionismo. Segundo o presidente, embora as economias estejam se recuperando, o mundo ainda enfrenta riscos, citando a volatilidade nos mercados financeiros e o crescimento a passos lentos do comércio internacional.
Empresas e tecnologia nacional
O Núcleo de Inovação e Pesquisas Tecnológicas – JaraguaTec, como habitat empreendedor, torna-se um modelo atrativo para a consolidação do processo de interação com as empresas da região, de modo a fomentar o surgimento de “demandas dirigidas”. De acordo com essa dinâmica, uma empresa que inicia suas atividades no JaraguaTec, tende a se tornar uma “célula geradora” de uma ou mais empresas, através da identificação de dificuldades técnicas ou operacionais que dificultam a inserção de novos empreendimentos no mercado.
Desse modo, além de fortalecer o desenvolvimento da matriz econômica local, tal parceria produtiva atrai empreendedores interessados na criação de negócios que reduzam ou eliminem as dificuldades detectadas, usando o conhecimento aplicado para a resolução dos problemas, assim o assentamento das bases para um futuro processo de aceleração de empresas (startups), tão difundido num momento econômico onde a criatividade inovadora, aliada ao esforço empreendedor, prometem novas versões potenciais de negócios no âmbito local. A percepção de que tais demandas, incluindo formas inovadoras de aceleração de empresas, deve estar vinculada a tecnologias de origem nacional, assenta-se na ideia de que o empreendedorismo inovador é vital para consolidar as bases de um processo tecnológico independente.
O despertar da criatividade e o pleno potencial da mesma, são instrumentos importantes para potencializar o esforço do JaraguaTec, da Católica e seus parceiros, direcionado a consolidar uma política de desenvolvimento através da viabilização de parcerias entre academia e empresa, governo e sociedade, como forma de constituir um dos passos necessários para a elaboração de metas para uma política científico-tecnológica, que integre a pesquisa ao conhecimento de novos processos produtivos. Todavia, opções tecnológicas nunca são tomadas em um vácuo social ou econômico, porque o próprio processo de inovação é condicionado a objetivos estratégicos – que torna fundamental o amplo retorno sobre os investimentos – de modo a dar sustentabilidade aos projetos em curso.
Nesse caso, nada melhor do que dar ênfase a modelos empresariais que estejam direcionados para uma política econômica e social que assegure a escolha de uma tecnologia apropriada às necessidades do país.