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Fora de controle – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

20/07/2023 - 06:07

Diz a sabedoria popular que tudo o que é demais aborrece. Nada mais indigesto à vida que o abundante. E antes que alguém pense que muito dinheiro jamais seria algo aborrecido, é só saber um pouco mais sobre a vida dos ricos, dos muito ricos. Uma vida indigesta. Os caras sabem que podem comprar o que bem desejam diferente dos pobres, mas sabem também que comprar e comprar não enche barriga, a barriga da felicidade. Leio todos os dias sobre encrencas por que estão passando pessoas jovens e velhas, famosas, bem conhecidas, cercadas por muita gente o dia todo, mas que não vivem bem, que apenas sobrevivem. De problemas de saúde a desavenças de todo tipo com todo tipo de gente. Aí tem duas coisas. A primeira é que vivemos uma explosão demográfica sem controle. Controle da natalidade virou crime, quando devia ser lei e lei da pesada. Irresponsáveis sem condições não podiam ter filhos, não até que se tornassem pessoas do trabalho e das responsabilidades. Dinheiro curto, salários espremidos sem chances de melhora, mercado de trabalho estrangulado. Mentem os safados que dizem que sobra trabalho aqui no Estado e pelo país, farsantes, e sabemos bem da razão de suas farsas. Como disse, muita gente por perto, isso estressa, leva pessoas com mais facilidade aos desencontros afetivos, às ofensas e às frustrações. Some-se a isso as redes sociais, nada mais destrutivo à saúde mental das pessoas, de todas as pessoas, a exceção, é claro, dos que estão nem-aí para as tais redes sociais e para o subir e descer dos destrutivos estímulos das telas dos celulares. A maioria anda dando com a cabeça nos postes, nos postes da vida. Insegurança, comparações, frustrações, tudo com fartura. O que é demais aborrece, pois não? Excessos de estímulos, de maus estímulos, muita gente cruzando o nosso caminho e nós cruzando o caminho de outros, sem simpatia nem respeito e muito menos amor. Dá nisso que anda por aí, loucuras de todo tipo, doenças que antes eram um tanto raras hoje se multiplicam de modo assustador. Pudera. Alimentação errada, pressa, falsos compromissos, exibições, comparações, autoestimas combalidas e falta de verdadeiros propósitos na vida. Esse é o mundinho em que estamos. O que é demais aborrece, faz adoecer e… Mata mais cedo. Pessimismo? Não, realidade.

NEGATIVO

Pesquisa do IBGE diz que 67% dos brasileiros que ganham mais de R$ 5.000,00 por mês creditam aos professores a responsabilidade pelo sucesso dos seus filhos na escola. Negativo. O sucesso de um jovem na escola, suas notas e comportamento dependem da educação que recebem dos pais e de seus estudos caseiros depois das aulas. O resto é sem-vergonhice e desculpas.

FELICIDADE

Assuntinho cansativo, mas de plantão permanente é este, o da felicidade. Carlos Drummond de Andrade (1902/1987) dizia que – “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”. Baita bobagem. Tudo na vida tem que ter um motivo, e a chamada felicidade sem motivo é a felicidade que resulta de um raciocínio agudo sobre a vida no aqui e agora. Tenho saúde, tenho o de que preciso e vivo em paz, por exemplo. Isso produz felicidade, mas tem um “motivo”: a consciência dessas riquezas.

FALTA DIZER

Quando a hipocrisia bate à porta é preciso jogar ovos nos caras-de-pau. Fiz uma pesquisa com 17 mulheres. Nenhuma disse gostar de futebol, as que o admitem o fazem pelos maridos ou pais. Todavia, hipócritas anunciam em Brasília ponto facultativo federal nos jogos da Copa do Mundo Feminina. E o povo? Que se dane.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.