Fiquei boquiaberto – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

15/03/2023 - 05:03

Vou contar uma história, mas antes preciso fazer uma pergunta. – Quem quer morrer? Ora, se ninguém quer morrer, as pessoas precisam se cuidar um pouco mais. É desagradável ouvir gente jovem (entre 60, 70 anos…) suspirando por aposentadoria; ficam fora dessa, e bem entendido, os adoentados.

Mas não é o que acontece por maioria. Se alguém pensa em se aposentar para logo iniciar um projeto que se lhe configura um grande sonho, nada a discutir, a pessoa está fechando uma janela e escancarando uma porta. Tudo bem.

Já ouvi muita gente dizendo que está sem memória, mas que tudo se justifica, afinal, a pessoa já está na casa dos 70… Que falta de um “solavanco” alguém dizer isso sem ter uma doença incapacitante. A história a que me referi ouvi-a há pouco, foi na CBN nacional. Uma longa entrevista com o ator Ari Fontoura.

O Ari fez de tudo um pouco na vida, de circo no meio da rua a grandes espetáculos no teatro e incontáveis novelas históricas na Globo. O Ari está com 90 anos. Uma idadezinha, não mais que isso. – Que horror, Prates acho que tu bebes antes de chegar até aqui…! Não, não bebo.

A entrevista com o Ari me deixou boquiaberto, força de expressão esse boquiaberto. Que memória, que fluência verbal, que vocabulário, que apuro no lembrar, falar e ilustrar… Quem não o conhecesse daria pela voz, pela fluência e criatividade no máximo uns 50 anos, no máximo.

Fiquei encantado ao ouvir o Ari Fontoura. E igual a ele o Lima Duarte, a Laura Cardoso, com mais de 90… e outro tantos. Razão desse apuro verbal, desses raciocínios claros e de relâmpago? Simples. Sempre fizeram o que amam e sempre, mas sempre mesmo, usaram da memória para o bom trabalho.

Quer dizer, cabeça ocupada e de modo altamente prazeroso, dá nisso, saúde mental e identidade preservada, a idade não os envelheceu. Somos nossa memória, não somos nossa carteira de identidade.

Quem quiser preservar a saúde, quem quiser manter a jovialidade, não a da idade, mas a da vida, tem que usar a cabeça todos os dias e prazerosamente. Que coisa triste ouvir de um “velho” (muito mais eles que elas) dizer que a memória anda fraquejando. Tem saúde? Então, vai ocupar essa cabeça, ô…

SOM

Continuam soltos, carros nas ruas com som alto. Ou então na frente de bares. Som altíssimo. Quem faz isso? Os troncos. Ou você já ouviu um desses carros com som alto e a música ser clássica, uma orquestra sinfônica? Nunca, atolados apreciam “barulhos”, não ouvem música de qualidade. Esses tipos têm que ser tirados de circulação, “na marra”… Chega de vale tudo.

SAFADOS

Ordinários, com desculpas de todo tipo, entram em supermercados e roubam. Roubam coisas boas, como carne de primeira, eles não roubam costela. Ladrões conscientes. Mas neste país de vale-tudo, para muitos hipócritas esse é um “crime de menor potencial ofensivo”. Passa… E se o mercado fosse deles, diriam o mesmo? Se não temos uma lei que bata o martelo da “dura lex sed lex”, que a segurança das empresas o façam. Ladrão é ladrão, seja quem for.

FALTA DIZER

Olhe a que ponto chegou a sem-vergonhice. Domingo passado foi “celebrado” o Dia da Não Monogamia. Esse dia foi inventado por um site de relacionamentos americano. Os caras dizem que podemos sim amar duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. No Brasil entra na moda o “trisal”, mas sempre com duas mulheres e um homem. Por que não o contrário? Imundos.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.