Antídio Aleixo Lunelli, deputado estadual
O retorno triunfal de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, numa eleição que deu aos republicanos maioria no Senado e muito provavelmente também na Câmara, revelou com ainda mais clareza a desconexão da esquerda com a classe trabalhadora que ela afirma representar. O mundo mudou, as demandas mudaram, mas há certa dificuldade de percepção dessa nova realidade.
As pautas sindicalistas, progressistas e as que tentam aniquilar muitos dos valores morais e religiosos estão enfrentando revés ao redor no mundo. Ao contrário disso, as tradições familiares e éticas estão recebendo a devida atenção após décadas de valorização de um comportamento social que estava levando a sociedade ladeira abaixo. Além disso, a ineficiência e o autoritarismo de governos de esquerda são sinais da decadência desse modelo de pensamento que não conseguiu dar as respostas necessárias para as mudanças enfrentadas com uma nova era no mercado de trabalho e de ambições pessoais.
Trazendo o foco um pouco mais para o Brasil, podemos perceber, inclusive através de pesquisas, a insatisfação da população com o governo do PT e as ideias de esquerda. Um presidente que vai a um evento e permite que toquem o Hino Nacional em linguagem neutra está muito distante do que a maioria da nossa população deseja de um representante. Esse é só um exemplo de um comportamento que antes era ignorado, até relevado, mas que hoje causa revolta.
E o discurso de classe, que por muito tempo dominou o debate político, agora não consegue mais dividir o eleitorado. As pessoas, na sua maioria, não querem viver de bolsa isso, bolsa aquilo, elas querem ter oportunidade de crescer e ter mais qualidade de vida com independência. Assim como também a sociedade brasileira está cansada de trabalhar para bancar um governo pesado e incompetente. Um governo que arrecada muito, gasta sem critério e não devolve ao contribuinte o retorno esperado – retorno em forma de serviços públicos e infraestrutura de qualidade.
Nesse cenário, vemos que o Brasil terá uma grande chance, em 2024, de mudar a rota e caminhar para um futuro melhor, mas isso exigirá um debate sério e consistente.