“Estresse: um mal silencioso”

Por: Cristiane Molon

18/07/2018 - 08:07 - Atualizada em: 18/07/2018 - 08:48

Cada dia temos mais atividades, compromissos e situações que nos preocupam. Fazemos tudo no automático, nem percebemos que estamos sob tensão ou estresse e é aí que mora o perigo. Estamos tão acostumados com as preocupações que achamos que é normal. Fisiologicamente, porém, são mobilizadas inúmeras substâncias e hormônios com o objetivo de manter o equilíbrio.

O estresse é fisiológico e vital. Mas, quando se torna crônico, ativa a cascata de inflamações, desencadeando alterações no metabolismo como um todo, deixando-nos mais vulneráveis a infecções de repetição, insônia, aumento de peso, problemas alérgicos e digestivos, maior acúmulo de gordura abdominal. A lista dos estragos é longa.

Por isso, vale entender o que acontece diante de uma situação de estresse, em resposta a ele. A glândula suprarrenal libera o cortisol e a adrenalina e o corpo se prepara como se fosse para uma “luta”. A primeira reação acontece nos músculos, que se ativam e ficam tensos, as pupilas dilatam, a digestão fica lenta, transpiramos mais, as mãos ficam frias, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea e a frequência de respiração aumentam a fim de transportar nutrientes e oxigênio em volumes maiores.

Diante de estressores repetitivos podemos até nos sentir bem, mas com um custo biológico muito alto, até chegar um momento que o equilíbrio será exaurido, surgindo disfunções e doenças. As enormes quantidades de hormônios liberados nesse processo poderão fazer uma verdadeira bagunça em algum lugar do corpo.

Podem desregular o eixo hormonal (com queda dos hormônios sexuais) e podem surgir dermatites, alergias e intolerância alimentares. O cortisol (um dos hormônios relacionados com o estresse), quando alterado, pode mexer no metabolismo do açúcar, elevando a glicemia com liberação de insulina. Esse quadro de resistência à insulina pode favorecer o acúmulo de gordura visceral (aquela que fica entre os órgãos), contribuindo para a obesidade e o diabetes.

Dormir, mas não descansar, comer mal, não se exercitar, não ter momentos de lazer, ser impaciente, explodir por qualquer coisa, sofrer com TPM durante o mês todo, ter cansaço que não melhora, pressão arterial oscilando, coração acelerado, calorão sem estar na menopausa, transpirar mais do que o normal, não conseguir emagrecer, vivenciar lapsos de memória, perder a energia, trabalhar até tarde todas as noites, ter o pensamento acelerado e vontade louca de consumir carboidrato e doce. Os sintomas são muitos.

Não identificar situações que geram o estresse é muito maléfico para a nossa saúde. Chega uma hora em que precisamos parar, observar e analisar a vida, o que vale a pena, o que é essencial. Quem se olha, percebe-se e se cuida adoece menos!

Na próxima semana vou dar dicas práticas de como gerenciar o estresse de forma positiva.