Priscila Zat – Especialista em Investimentos, CEA
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A Warren Investimentos promoveu, em novembro, uma live especial que reuniu grandes nomes da economia para debater os desafios e as perspectivas da política fiscal brasileira. Felipe Salto, economista-chefe da Warren, esteve ao lado de Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual, Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, e Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, em uma discussão mediada por Sergio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren. Durante o encontro, os especialistas analisaram os entraves fiscais do país e propuseram caminhos para enfrentá-los, ao mesmo tempo que projetaram o cenário econômico para o próximo ano.
O debate começou com uma avaliação sincera da situação fiscal brasileira, marcada por um déficit primário que parece não ceder, uma dívida pública crescente e o impacto do envelhecimento populacional. Embora a reforma da Previdência tenha sido um marco importante, ela não resolve integralmente os problemas estruturais que pressionam as contas públicas. O consenso entre os participantes foi claro: o Brasil precisa de uma estratégia robusta que inclua controle rigoroso de despesas, aumento de receitas e reformas estruturais que promovam crescimento econômico sustentável.
A discussão avançou para possíveis soluções. Uma das principais ideias foi o controle mais eficiente dos gastos públicos, especialmente aqueles considerados discricionários. Medidas como a revisão de benefícios fiscais e o alinhamento das despesas de saúde e educação ao crescimento da receita foram destacadas como essenciais. Em paralelo, os especialistas também apontaram para a necessidade de reformas no sistema tributário, de forma a aumentar a arrecadação de maneira mais equitativa e justa. Apesar do tema sensível, eles ressaltaram que um sistema fiscal equilibrado e justo é indispensável para o fortalecimento da economia e a atração de investimentos de longo prazo.
Ao projetar o cenário econômico para 2025, os participantes indicaram um crescimento moderado para o Brasil, estimado entre 1,5% e 2%. Esse desempenho reflete, em parte, a redução do impulso fiscal e os efeitos das taxas de juros elevadas. Contudo, o otimismo não ficou de fora: o grupo considera que essa desaceleração será suave e não representará um risco de recessão. A redução gradual da inflação e a recuperação do mercado de trabalho foram apontadas como fatores positivos que devem sustentar um ambiente macroeconômico mais estável nos próximos anos.
O encontro deixou claro que os próximos passos da política fiscal brasileira serão determinantes para o futuro do país. A necessidade de medidas coordenadas, que aliem rigor fiscal e crescimento econômico, foi o ponto central do debate. As ações que o governo e os setores envolvidos tomarem em 2024 definirão não apenas o desempenho econômico imediato, mas também a confiança de investidores e a percepção global sobre a capacidade do Brasil de lidar com seus desafios internos.
Para os especialistas reunidos pela Warren Investimentos, o caminho não é simples, mas é viável. Com planejamento e decisões estratégicas, o Brasil poderá construir um cenário fiscal mais estável, garantindo um crescimento sustentável e promovendo boas condições para a população e o mercado. Quem desejar se aprofundar no temas vistos no debate, o conteúdo está disponível no canal da Warren no YouTube, através do link: https://bit.ly/politica-fiscal2025