Estamos perdendo oportunidade – e ainda sujando o planeta

Foto: divulgação

Por: Coluna Novale

24/04/2015 - 13:04 - Atualizada em: 24/04/2024 - 14:22

Por Marcus Negri
Fundador da Composta Rua
Iniciativa parceira do Novale Hub

O problema do lixo e suas variações sempre foi um desafio para a civilização e para a urbanização, lembrando que esse é um problema exclusivamente antrópico — a natureza não produz lixo, apenas o ser humano e sua desconexão com o mundo natural promoveram essa dificuldade. Inclusive, é através dos estudos de lixões e espaços de descarte de cidades e povoados que ocorrem alguns estudos históricos; sobras e restos descartados nos trazem a perspectiva dos utensílios e materiais que eram utilizados e descartados em determinada época.

No Brasil, algo recorrente são os sambaquis, famosos em nossa região, esse amontoado de conchas possui inúmeras peculiaridades enterradas junto a esses seres, desde urnas funerárias até utensílios do dia a dia como panelas, talheres e objetos de ornamento que podem ser encontrados nesses “centros de descarte” de nossos antepassados.

No ano de 2010, em agosto, temos a última legislação que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos nº 12.305, já no seu artigo 3º, VII – “destinação final ambientalmente adequada”: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem etc.. entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

Pensando nisso, surge a empresa Composta Rua, conectada com a educação ambiental, no intuito de definir ao menos três frações ou separações do lixo comum, transformando-o em matéria-prima, assumindo a característica de resíduo, reciclável seco (plástico, papel, vidro, metal, entre outros).

Já o reciclável úmido ou orgânicos (todas as sobras que são de origem natural) e o rejeito — as sobras que ainda não possuem uma cadeia de coprocessamento (esponja, papel higiênico, fraldas e absorventes) — e em promover a destinação adequada da fração úmida de todas as sobras alimentares e vegetais das residências, escritórios, consultórios, lojas e indústrias.
O intuito é parar de desperdiçar o recurso das sobras alimentares e transformá-la em adubo, reinserindo adequadamente no meio ambiente e na corrente produtiva.

Já tratamos mais de 250 toneladas de resíduo orgânico de maneira a retirar esse volume do destino comum, que seria o aterro, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa e gerando ao menos 45 toneladas de adubo processado e distribuído entre os clientes e agricultores da região.

Esse trabalho já economizou dois dias e meio dos envios que são feitos através da coleta convencional da prefeitura, que tem o volume de 50 toneladas por dia. Assim se promove, além do trabalho de tratamento adequado dos resíduos a disseminação dessa possibilidade através de palestras zero lixo, escolas com processos de compostagem e iniciativas em empresas que adotaram o tratamento do seu resíduo através da coleta ou compostagem in loco.

A evolução das práticas de gestão de resíduos, que também são recursos, deve ser observada e priorizada em nossa sociedade, no intuito de termos um futuro mais limpo, saudável e resiliente. A transformação e acumulação de recursos orgânicos já é um processo da natureza, bastando apenas para o ser humano planejar e organizar, facilitando a fermentação e a perpetuação de boas práticas ao longo do processo histórico.

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