Já ouvi ao longo da vida muita gente gemendo – Ai, me sinto preso! Ai, me sinto amarrada, sem poder fazer o que quero…! Pessoas que se dizem sem espaço, sem liberdade para fazer o que querem. E aqui está um formidável equívoco, equívoco criado pela pessoa. E digo isso lembrando de uma das tantas aulas de religião a que assisti no Colégio Nossa Senhora do Rosário, em Porto Alegre. Lá na frente, estava o irmão Narciso, um “general” de batina, pregando verdades da vida, foi quando… Ele disse enfaticamente que todos nós nascemos condenados. Eu devia ter uns 12 anos. Nossa condenação, disse o irmão marista, é à liberdade. Isso mesmo, nascemos condenados à liberdade. Nunca mais esqueci. Podemos estar na condição em que estivermos, somos livres. A liberdade, antes de tudo, não é apenas a possibilidade de ir e vir, é, fundamentalmente, a possibilidade de decidir por nossa vida. E nesse caso, de fato, estamos todos “condenados”, condenados à liberdade. O sujeito pode estar com algemas nos pulsos e fechado numa cela presidiária, mesmo assim sentir-se livre. Li muitas histórias de presos da Segunda Guerra Mundial, pessoas que viam a todo momento alguém ser chamado para a execução… Entre os presos ninguém sabia exatamente da hora em que seria chamado para a câmara de gás, porém… Muitas histórias foram contadas por sobreviventes. Pessoas que cheiravam a morte dia e noite, mas que mesmos assim se mantinham ativas na fé e por isso sentiam-se “livres”. Nós, aqui fora, neste momento, temos conosco a “condenação” da liberdade. Uma liberdade que vem do modo de pensar, de avaliar, de viver a vida, enfim. Nossa condenação à liberdade depende de nós, de mais ninguém. Vale para o que desejamos na vida, vale para os relacionamentos, vale para o trabalho, vale para o crescimento emocional, vale para tudo. Uma “condenação” maravilhosa que, mais das vezes, e por maioria, de fato deixa de ser liberdade para ser condenação. Mas, fique claro, nós somos os artífices da nossa liberdade, só nós, ninguém mais. O irmão Narciso me deixou enrascado, não pude mais, desde aqueles remotos dias da minha adolescência, apontar o dedo para culpar alguém por minhas “prisões”, afinal, nunca mais esqueci que todos nascemos condenados à liberdade.
LIBERDADE
O assunto é polêmico? Não devia ser, afinal, sobre o corpo das mulheres só elas podem decidir, só elas. Essa questão de alguns falsos beatos, eles e elas, de pretender acabar com a legalidade do aborto em muitos casos absolutamente necessários e legais é razão de levar para a salinha dos fundos os inimigos da liberdade das mulheres. Será que esses inimigos/as das mulheres aceitariam suas mães, esposas e filhas serem estupradas? E aceitariam a gravidez conseqüente? Hipócritas dos fingimentos.
LOUCURAS
Os jovens, coitados, andam completamente fora da casinha, deve haver exceções, todavia, não as conheço. E todas as loucuras, suicídios e depressões a envolver os jovens vêm da falta de educação caseira: pais e mães omissos. Na primeira infância os pais devem educar severamente os filhos, fazendo-os saber que vão enfrentar cartões amarelos e vermelhos ao longo do caminho. Rédeas curtas e bem puxadas, ou isso ou os pais vão perder o sono. Aviso inútil?
FALTA DIZER
Vi e li ontem sobre um homem, cearense, um dos mais velhos do mundo: 112 anos. Ele tem seis filhos, 20 netos e por aí vai, só que… Vive num asilo. Nenhum filho, neto, nora, ninguém o quis abrigar e cuidar? São as famílias modernas de hoje, muito ocupadas. Vão arder…