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Esperar para não errar é o pior de todos os erros – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (22)

Por: Luiz Carlos Prates

22/07/2020 - 06:07

Vou contar duas histórias, talvez sirvam para você, não sei, sempre atiro no escuro… A primeira história ouvi por estes dias, contada por um velho amigo, foi um dia jornalista, cansou de ganhar pouco e partiu para outra, queria conhecer o dinheiro de perto…

Esse amigo me disse que faz anos que estuda inglês, mas que é uma danação toda vez que ele tem que falar em inglês com alguém, as palavras se embaralham, o verbo adequado é esquecido, a frase fica torta e ele decidiu não mais se atrever, fica na dele.

Só que quando ele toma um uísque, duas doses, melhor ainda, ele diz que pensa em inglês e faz notáveis discursos na língua do Trump.

Diachos, por que não faz esses “discursos” quando precisa falar em inglês com alguém? Porque fica travado pela vergonha, pela insegurança. Não é outra a razão de os “homens” (homens?) beberem tanto ou consumirem outros “produtos” nas baladas, nos encontros sociais.

Não se garantem, é isso. Regra devastadora.

A outra história é antípoda a esta que acabei de contar. Quando comecei a estudar inglês no Yázigi em Porto Alegre, bota tempo nisso, tinha um amigo, paraquedista do exército, que era um falastrão em inglês.

Toda vez que nos encontrávamos ele soltava o verbo, só que… Depois fiquei sabendo, tudo errado, pronúncia torta, palavras inadequadas, construções irregulares, o sujeito era um horror falando inglês, mas falava numa fluência a constranger um americano…

Agora faça o julgamento, quem é melhor, o amigo aquele que sabe tudo de inglês quando está bêbado, mas que não fala quando está sóbrio ou o paraquedista que fala pelos cotovelos, tudo errado, mas fala?

Essas histórias servem para muitos de nós em várias situações. Segurar o “tchan” diante de um desejo, de uma possibilidade para evitar uma vergonha, desde que essa vergonha não seja moral, é tolice refinada que nos atrasa os progressos na vida.

Já não disseram que é errando que se chega aos acertos? Uma criança começa a caminhar tropeçando e caindo, caindo e levantando… É assim que se aprende.

E nessa questão do idioma estrangeiro, se a sua mensagem foi compreendida pelo parceiro de conversação, pronto, caçapa, você fez o ponto que devia. E na passagem do tempo vai corrigindo os erros, mas esperar para não errar é o pior de todos os erros. Serviu? Que bom!

Verdade

“A verdade é um remédio muito amargo, mas é o único que nos confere saúde moral”, Machado de Assis.

Agora, ouça esta de um jornalista dinamarquês, Ulrich Haagerva, da Universidade de Aarhus – “Não acho que o propósito do jornalismo seja manter um sorriso no rosto das pessoas. Não estamos no ramo da felicidade, estamos no da informação. Se você decidir que agora só dará boas notícias, você está louco, porque esse não é o propósito do jornalismo”. Aplausos, Ulrich.

Sorrisos

O sorriso tanto pode vir do desencanto quanto do prazer. No caso da verdade, que ele venha do desencanto, mas esse desencanto vai produzir reações, é o que penso…

E o já citado jornalista dinamarquês, Ulrich Haagerva, diz ainda que – “O objetivo do jornalismo é esclarecer as questões para as pessoas, e não fazê-las sorrir”. Aperta os cinco, Ulrich! Na mosca!

Falta dizer

Vida simples não significa miséria, pelo contrário, significa vida rica… Por dentro.

É a única vida que importa e que nos pode trazer felicidade. Não é o que acontece com a estupenda maioria. Estressam-se na vida para ter, ter e ter… Por fora.

E por dentro vivem na miséria da própria solidão. É decisão pessoal.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.