Enganos humanos – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

20/04/2024 - 07:04

Já disse aqui incontáveis vezes que os sábios aprendem pela observação dos erros alheios, o povo aprende, quando aprende, depois do tombo. As UTIs da vida estão cheias de pessoas arrependidas, dando-se aos diabos pelas bobagens que fizeram e pelas quais agora estão pagando… A inveja também faz parte dos nossos vícios, quedas. Digo isso, leitora, pensando na Kate Middleton, princesa, e no rei Charles, membros da realeza britânica, ambos doentes, bem doentes. Kate, 42, bonita, simpática, atacada por doença severa, e assim o rei, que nunca quis ser rei, é visível isso desde há muito. Sim, e daí? Daí que numa boa, o mundo os inveja, daria os cinco dedos para morar no Castelo Real. Pois é, mas as pessoas esquecem que o que nos faz felizes não são os nossos bens materiais, a fama eventual, os destaques sociais, coisas que, grosso modo, não servem para nada. As riquezas humanas são a saúde, a família, o trabalho e os amigos. Esse o resumo da triste ou alegre ópera humana, todavia… As pessoas desleixam da saúde, brigam em casa, não se respeitam nem se qualificam no trabalho e traem os amigos na primeira chance. É regra geral, infelizmente. Estamos no mesmo barco, e a nossa costumeira primeira escada de fuga desses infernos é negar ou inventar culpados. Kate, uma jovem mulher, bonita e princesa de um império sofrendo? Sofrendo muito, e não apenas no corpo físico, pelas doenças, mas visivelmente no rosto pelo deserto árido de ordem afetiva em que vive. Desmentir essa verdade é acreditar que nos “palácios” vivem ou viveram os felizes, pelo contrário, sempre viveram e vivem os infelizes. Os ditadores também parecem felizes em suas clausuras, pobres bichos. Ter saúde é a primeira benção, ter uma família e com ela viver bem e sob as asas do afeto, ah, comadres e compadres, nada se compara. E quem não pode? Se a pessoa não tiver família pode construir uma, e se não for possível uma família convencional que a pessoa construa uma família social, com amigos. Imaginar coroas na cabeça, exibicionismos de redes sociais, e mesmo bom dinheiro no banco, pensar que isso é vida feliz ou pode produzir uma vida feliz é uma sacrossanta ignorância. Hein, Kate, o que tu achas?

REGRA

Tem que haver regras comportamentais inflexíveis para o bem de todos. Exemplo? Vacinação. Todas as crianças, jovens e adultos que estejam numa escola ou faculdade, todos, têm que tomar as vacinas do momento. Imagine um não vacinado sendo “comido” por uma infecção, uma doença de qualquer tipo, freqüentando sala de aula… Sem a vacinação coletiva e obrigatória haverá um surto epidêmico dentro do ambiente. Vacina para todos ou “aqui tu não entras”, devem dizer os diretores das escolas. Quem? Quem?

FINGIDOS

Os faltos beatos que são favoráveis às saidinhas de bandidos seriam favoráveis se as vítimas fossem seus pais, suas mães? Muito fácil cumprimentar com o chapéu alheio, fingir-se de bonzinho quando outra pessoa é que foi a roubada, surrada, passada para trás, muito fácil. Ademais, fez? Tem que pagar, pagar na “Dura Lex, sede Lex”. Fingidos, beatos de uma figa!

FALTA DIZER

Falei em “Dura Lex, sede Lex” (a lei é dura, mas é lei). E dizendo isso, lembro-me de Fernando Sabino, escritor brasileiro, (1923/2004) que dizia que “Para os ricos é Dura lex, sed látex”, a lei é dura, mas estica. Infelizmente, num país atolado em todas as instâncias e poderes isso é a mais sacrossanta das verdades. Grande Fernando, na mosca!

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.