Encontro inesquecível – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

09/05/2024 - 07:05

Ontem, quase meio-dia, fui a um shopping em Florianópolis, fui buscar o meu “alimento” de todos os dias: jornais. Comprei os quatro jornais que compro todos os dias (quem lê sabe, quem lê jornal sabe mais…) e estava de saída do shopping, quando… Um casal vinha em sentido contrário. O senhor me olhou, sorriu e parou para cumprimentar. E assim a esposa dele. Era para ser uma troca de palavras, ficamos quase duas horas conversando. O cidadão me conhecia das tevês, dos textos e comentários, mas… Mora em São Paulo. Um casal paulista. Conversamos sobre de tudo um pouco. Ao terminar a conversa, já estávamos quase com câimbras de tanto ficar de pé conversando, cumprimentei sinceramente o casal e estávamos de saída quando a esposa do cidadão me disse que gostaria muito de me ver, mas que não podia, ela é cega. Parei, tranquei a respiração. Cega? E ela contou o drama por que passou. Hoje com 67 anos, há 15 ela perdeu a visão por uma doença especial nos olhos. Cega. Estava de óculos escuros, mas conversou o tempo todo comigo me olhando no rosto. Olhando, eu disse. Incrível. Ao nos despedirmos, disse a ela que a admirava muito, que simpatia, que energia, que vibração positiva ela passava. Ela agradeceu sorrindo e me disse: – Prates, tu sabes, o Pequeno Príncipe tem razão, o essencial é invisível para os olhos, só se vê bem com o coração! Você acredita, leitora? Saí encantado, não pensei em outra coisa no resto do dia. Como uma pessoa pode superar um trauma desse tamanho, uma cegueira nos adiantados da vida e ao meio de um casamento? O marido podia ter caído fora na hora do drama vivido pela mulher, isso é muito comum, mas não, os dois ficaram ainda mais grudados. Santo Deus, que exemplo, que energia, que luz a senhora cega está a passar. Cega? Não, ela vê com os olhos da vida, do coração, da alma, da intensidade do ser. E aí, só aí, temos vida e vale a pena viver. Infelizmente, uma “ótica” para poucos. A maioria quer viver a vida pelos olhos da ostentação, do exibicionismo, da fartura do “não preciso”, mas quero mais e mais. Encontro inesquecível.

MALDADE

Acabei de ouvir uma história de uma amiga. Ela contou que dia destes ia passando por um latão de lixo quando ouviu um barulho vindo de dentro do latão. Parou, abriu o latão e encontrou um saco plástico que se mexia. Dentro dele, dois cachorrinhos deste tamanhinho. Ela os pegou, levou para casa e os está tratando. Parou aqui a história? Não. A história prossegue com as mais infernais pragas que roguei a quem praticou o banditismo. Essa “pessoa” vai arder na vida, ah, vai.

PERIGO

No Canal Brasil, Cissa Guimarães apresenta o programa Sem Censura. Dia destes, um médico no programa falava sobre o acelerado processo de miopia que toma conta do Brasil e dos jovens, mais ainda. E vai haver, em breve, uma onda de cegueira, tudo produzido pelas telas dos celulares e correlatos. O uso de horas e horas todos os dias está danando a saúde visual de todos. Saída? Não vejo. Vejo precipícios pela frente…

FALTA DIZER

As tevês continuam, de modo geral, escada abaixo… Linguagem vulgar de repórteres e apresentadores, roupas daquelas de pôr a correr a audiência um pouco mais respeitável, tênis de guris bobos, adereços ridículos e sem contar os riscos pelo corpo. Foi-se o tempo em que esse pessoal servia de exemplo. Foi-se, não é mesmo, “diretores”?

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.