Empresário bem sucedido dá certo como presidente?

FOTO: Freepik

Por: Emílio Da Silva Neto

28/09/2023 - 08:09 - Atualizada em: 28/09/2023 - 16:39

Lembrando do livro “Oceano Azul”, haja coragem, desprendimento e “paciência de Jó” para um empresário bem sucedido se lançar e se dar bem no “oceano vermelho da vida pública”, pois suas águas são repletas de tubarões …
Sinto-me – talvez, precipitadamente – provocado a responder “sim” ao título desta coluna, em face de alguns exemplos de sucesso nesta transição da iniciativa privada para a gestão pública.

E, principalmente, por envolver líderes ativos de empresas privadas ícones e não meros familiares que, lamentavelmente, nem pisaram no chamado “chão do negócio”, apenas usufruindo – como “sanguessugas” – da riqueza herdada, jamais – como verdadeiros sucessores – auxiliando na multiplicação do patrimônio e continuidade do legado da família.

Como alguns exemplos atuais de sucesso (digamos, “ainda em vigência”), eis o Governador Romeu Zema, de MG, ex-Presidente do do Grupo Zema (lojas e postos de combustível), o Prefeito Adriano Bornschein Silva, de Joinville, Presidente do Grupo Pharma e os últimos Prefeitos de Jaraguá do Sul, Antídio Aleixo Lunelli e José Jair Franzner, ex-CEOs da Lunelli Têxtil e Urbano Agroindustrial, respectivamente.

Tudo bem, Emílio, mas Prefeito e Governador têm bem menos demandas que um Presidente da República, não ?!? Sim, mas o magnâmico orçamento e a possibilidade aumentada de garimpar uma “nata” de gente na equipe ajudam muito, certo ?!? Quase nada, Emílio !!!
“Puxando na memória”, quase tivemos um grande (melhor … portentoso, global) empresário numa corrida prévia a Presidente do Brasil: Antônio Ermírio de Moraes (1928-2014), Presidente do Grupo Votorantim, conglomerado empresarial de projeção mundial. Isto, “só” (eita, só !!!) não se tornou realidade, porque ele nunca se envolveu diretamente na política, de maneira a concorrer a cargos políticos de alto nível, como a presidência, concentrando sua carreira principalmente no setor empresarial e (algo notável) em atividades filantrópicas.
Esta não entrada “de verdade” (isto é, “dando a cara para bater”) de empresários “succsess full” na política, se dá, principalmente, por poucos deles terem a coragem de converter sua indignação (frente à péssima performance estatal) em efetiva reação (sua entrada em corridas eleitorais), já sabendo, de antemão, que numa eventual eleição, terão que gerir equipes não “escolhidas a dedo” por eles, rumo à eficácia, e, sim, herdadas, raramente via meritocracia e, sim, por submissão (“continência”) a partidos políticos, pilar da chamada “herança maldita”. Ademais, terão que lidar com uma burocracia jurídica desestimulante, até “broxante” frente à multidão crescente de magistrados fazendo “gols contra” tudo e todos.
Outra questão que explica, também, a não entrada efetiva na política, se deve, em grande parte, porque o dia a dia de um empresário de sucesso não lhe oportuniza tempo para um envolvimento político direto, ainda mais que em 90% dos encontros é só “oba oba”, ficando apenas 10% do tempo para assuntos, digamos, “sérios”. Eita !!!
Ainda, entrar na gestão pública é um convite quase que “intimatório” para o carreirismo político, de prefeito a governador e presidente, cadeiras de alta emblemática lá nas capitais: longe física e representativamente dos anseios dos brasileiros trabalhadores, cidadãos que cumprem suas obrigações e sonham com um Brasil mais justo para si e seus descendentes.
Lembrando do livro “Oceano Azul”, haja coragem, desprendimento e “paciência de Jó” para um empresário bem sucedido se lançar e se dar bem no “oceano da vida pública”, este com águas bem mais “vermelhas” (cheias de sangue) que as do mercado privado. Afinal, a quantidade de tubarões famintos lá é um “mar infinito” …
Por fim, como em toda categoria humana, há empresários que “não valem o que pesam”. Estes, contaminados pela “politicalha” (política voltada a “umbigos” próprios e afilhados), podem passar pelo mesmo de todos que entram num chiqueiro de porcos: logo, se sujarem !!!
Não é/foi assim, Paulo Maluf ?!? … Seu porco !!!
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Emílio Da Silva Neto
PhD/Dr.Ing, Pós-Doc
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Emílio Da Silva Neto

Consultor especializado em profissionalização, governança e sucessão empresarial familiar. Com vasta experiência, Emílio da Silva Neto é PhD/Dr.Ing, Pós-Doc, Industrial, Consultor, Conselheiro, Palestrante, Professor e Sócio da 3S Consultoria Empresarial Familiar.